Tanger

Tanger cidade do Marrocos onde me encontro caído e sem esperança, depois de deixar Londres, num frio abaixo de zero , me encontro nesse inferno, eu aqui nesse hotel decadente em Tânger. Lá fora o sol castiga os corpos de negros retintos, aqui dentro meus olhos estatelados no teto, acompanha o giro de um ventilador todo torto, e barulhento,, Suado e nu sobre a cama, tento cochilar, sei que a noite logo vai chegar, e eu vou caçar alguém em becos desérticos, putas gays e qualquer coisas que me satisfaça. Com dificuldades me arrasto até a janela, vejo o cais com seus redemoinho, muita gente, um povo supersticioso e promíscuos . Lá longe navios partindo, e ao fundo a imensa bola do sol já se pondo, afundando em meio ao mar dourado. Uma mesinha ali ao lado com um pouco de ópio, e um copo de água. Volto pra cama e apago. Barulhos de carros e grito de festas e mulheres acordo e sigo até a janela, meu corpo é inundado por neons de um letreiro pendurado e quase caído do hotel, a cidade parece uma miscelânea de cores e barulhos, sinto cheiro de temperos e carnes assado, um burburinho frenético, por todo o cais, o mar agora está da cor de prata com o reflexo da lua grande e branca. Adorava esta cidade do Tanger. Respiro aquele ar, e aquela brisa quente com todos os sabores noturnos. Mais tarde estou na baixo Tanger, figuras bisonhas passam por mim, putas e gays se exibem. Ouço o barulho do mar e aquilo me excita, uma mão roça meu rosto me viro e encontro dois olhos que me vigiam, vejo uma odalisca de corpo sensual me conduzindo, me deixo levar, um beijo me tira do ar, um risco vermelho no ar me deixa zonzo e inerte. A morte chegou. Adeus

Natal Cardoso
Enviado por Natal Cardoso em 16/04/2018
Reeditado em 17/04/2018
Código do texto: T6310460
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