As aventuras de Eldrig - Parte IV - Eldrig toca o terror

Depois de um bom tempo de viagem, as carroças iam parando de se movimentar, Eldrig via enormes estacas de madeiras, umas bem juntas da outra e com pontas afiadas na sua extremidade de cima, formando um grande muro, tanto do lado esquerdo quando do lado direito, de cima desse muro, dava para se ver guaritas de vigia, onde estavam prostrados dois Maknukis que ao verem o comboio chegar, gritam para alguém lá embaixo – “Abram os portões, o chefe está aqui” – todo comboio vai entrando na fortaleza dos Maknukis.

Olhando ao seu redor, ele percebe que dentro da fortaleza, também possui alguns humanos, maioria deles são mulheres, algumas jovens e outras com idades bem avançadas, sempre fazendo algum tipo de trabalho, como levar baldes de água em suas cabeças, ou comida em cestas, para algum lugar, pareciam que estavam arrumando uma espécie de festejo naquele momento.

O portão da carroça onde Eldrig estava é aberto por um Maknuki – “Desçam logo seus molengas, vocês fedem mais do que porcos do pântano” – Ele faz uma cara de nojo enquanto cada um dos prisioneiros vai descendo, até chegar a hora de Eldrig, ele coloca mão em sua frente – “Um garoto aqui ? Quem foi o idiota que trouxe a porra de um garoto para cá? Ei você “ – Ele chama uma das garotas que estavam passando com alguns pães em mãos – “Olhe esse merdinha aqui enquanto eu vou falar com o Chefe, caso ele fuja ou faça qualquer merda, a culpa será sua e você vai virar alimento dos Bargesh (Dentes de Sabres enormes que usavam como montaria) – E ele se foi., me deixando vigiado por uma garota que parecia nem ser mais velha que eu.

Fiquei encarando ela por alguns minutos, na verdade encarava os pães que ela tinha em mãos, não tinha comido praticamente nada durante a viagem, apenas as unhas de meus dedos, ela percebe o meu olhar de fome e minha barriga denuncia fazendo um enorme estrondo como se fosse trovões. Ela sabia que talvez eu fizesse alguma besteira por comida, sem dizer palavra alguma, ela retira um pano do bolso, enrola um dos pães nele e me entrega e faz um gesto com mão sinalizando que eu volte para o fundo da carroça e coma o pão o mais rápido possível, antes que os brutamontes voltem.

Aquele pão seco parecia o manjar vindo dos céus, mesmo não tendo nem um pouco de água para acompanhar, ainda assim eu não reclamaria de forma alguma.

Enquanto comia, começo a escutar uma zuada de risos e deboches vindo do lado de fora, correntes balançavam e alguém parecia estar sendo chutado e surrado, eu me inclino um pouco para meu lado direito, colocando meu rosto bem perto da grade e vejo do lado de fora, meu pai, sendo espancado e humilhado por aqueles malditos Maknukis.

Perco a fome na mesma da hora, jogo o pão longe e arranjo forças para correr até o portão aberto, salto direto para o chão, a pobre garota tenta me impedir, mas eu estava transbordando em fúria, os Maknukis e as mulheres presentes naquele pátio não entendiam nada, eu vou correndo na direção dos guardas que estão espancando meu pai.

Eu não sabia o que iria fazer, estava desarmado, até que sinto algo roçando na minha cintura, era uma faca de cozinha, como ela tinha vindo parar ali, nem eu lembrava, bom, não importava, eu retiro ela da minha cintura e pulo pra cima do primeiro guarda Maknuki e começo a esfaquear sua coxa e joelhos com rapidez a agressividade digna de uma fera solta.

Muito sangue começa a cobrir minha roupa e meu rosto, o Maknuki ferido tenta me atingir com o seu punho, antes que ele consiga, eu coloco a faca bem na frente e a própria força dele faz com que ela vá se enterrando cada vez mais dentro de seu punho, fazendo ele soltar um grunhindo de dor muito agudo e assustador.

Enquanto isso, chego perto do meu pai, ele parece totalmente fora de forma, cheio de ferimentos e hematomas, não sei se ele conseguiria levantar, que merda eu faria, o que você tem que fazer, pense Eldrig.

Mas antes que eu faça alguma coisa, o outro guarda, o qual eu tinha me esquecido, me segura pela gola da camisa e puxa para cima com muita força, eu fico cara a cara com aquela criatura horrenda que me diz – “O que você está fazendo seu garoto de merda, não tem medo da morte...” – Antes que ele termine de falar, ergo meu braço direito e fecho alguns dedos de minha mão, deixo apenas dois dedos apontados para frente em forma de um “V”, enfio meus dedos direto nos olhos deles com toda força, que começam a sangrar imediatamente, ele me solta e também começa a gritar de dor, grito para ele – “A cara de vocês é mais feia que morte, e nem por isso tenho medo de vocês, seus pedaços de merda de vaca” –

Enquanto isso corro de volta para meu pai e tento fazer ele levantar, mas ele não consegue de forma alguma, começamos a chorar juntos, sabia que iriamos morrer ali mesmo, porém, ele retira do seu pescoço um cordão simples e que na sua ponta tem um brasão com a gravura de um urso, coloca ele em minhas mãos e diz – “Fique calmo filho, você será protegido” -

De longe escuto sons de xingamentos e uma algazarra, me levanto e olho para trás, vejo o maldito Maknuki que eu avistei na aldeia e que batia em meu pai sem piedade enquanto os outros festejavam, aperto com força o amuleto que meu pai me entregou, minhas pernas tremem de medo, pois aquele Maknuki parece muito maior de perto, com aquela enorme cicatriz em seu rosto, poderia intimidar o próprio deus da guerra se quisesse.

Não conseguia me mexer, estava congelado, minhas pernas travaram, o Maknuki gigante olhava ao redor, via o estrago que eu tinha feito em seus dois guardas, ele apenas ria, como se não se importasse com seus companheiros – “HAHAHAHA, VOCÊ FEZ ISSO GAROTO ? DOIS GUARDAS ADULTOS E VOCÊ OS INCAPACITOU FACILMENTE? COM CERTEZA É FILHO DE HARTLEY? HAHAHAHAHAHA – Eu não entendo nada, na verdade ninguém entende porra nenhuma.

“QUEM ESTAVA VIGIANDO O GAROTO? – O Maknuki da carroça chega trazendo a pobre garotinha e diz – “Foi ela senhor Icabros, deixei ela alguns segundos e ela deixou ele escapar” – Icabros era o nome do Maknuki gigante, nunca esqueci esse nome e nem como ele olhou com desdém para seu soldado naquele momento – “OUSA COLOCAR A CULPA NESSA HUMANAZINHA? QUE MERDA DE SOLDADOS ESTOU COMANDANDO AQUI? – Ele aponta para dois outros Maknukis grandes, mas não tão grandes quanto ele, um era meio gordo, dava até pra rir dele, mas tua cara era coberta de cicatrizes, assim como seu corpo, o outro parecia um pouco mais jovem e cheio de energia, poucas cicatrizes (dava para se conhecer um Maknuki experiente por quantas cicatrizes de batalhas ele tinha em seu rosto e corpo, quanto mais cicatrizes, mais perigoso) – “DONU E ORLU LEVEM ESSE MAKNUKI DE MERDA PARA AS MINAS, ATÉ ELE APRENDER A SER UM GUERREIRO DE VERDADE –

O Maknuki da carroça ficou assustado, soltou a garotinha na mesma hora, não reclamou e deixou os outros o levarem, Icabros falou para mim – “VOCÊ, GAROTO FILHO DE HARTLEY...”- Mesmo com medo, interrompo ele – “Meu nome é Eldrig...Eldrig, seu Maknuki de merda” – Ele apenas rir – “HAHAHAHAHA, CORAJOSO, ASSIM COMO O PAI HAHAHA..... – Eu achei que iria morrer, mas até agora tudo bem, ele começa a falar com a garota, me ignorando por completo – “GAROTA, LEVE ESSE GAROTO E SEU PAI PARA ALGUMA DAS TENDAS, CUIDE DELES, SE PRECISAR DE AJUDA PEÇA A ALGUMA DAS OUTRAS MULHERES, VÁ RÁPIDO....” – Ele se vira para mim – “AMANHÃ A NOITE VEJO VOCÊ E SEU PAI GAROTO, ESPERO QUE ELE ESTEJA NO SEU MELHOR ESTADO” - E assim ele vai embora, cada passada sua parecia fazer a terra ao redor tremer.

A garota vem me ajudar, mais algumas mulheres aparecem, pedem para que alguns outros Maknukis ergam meu coroa o levem a uma tenda, para que assim receba tratamentos médicos, os outros dois guardas Maknukis que eu feri são totalmente ignorados pelas mulheres, mas são levados por seus companheiros para outro lado do pátio, um cego e outro aleijado por um garotinho, acho que eles não serviriam mais para muita coisa, e pelo pouco que conheço dos Maknukis, eles tinham perdido toda sua honra, isso se tinham alguma

Eldrig O errante
Enviado por Eldrig O errante em 18/07/2018
Código do texto: T6393343
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