A MINEIRINHA 04

     Ela tinha tomado banho e colocado uma saia cinza que mostrava suas formas juvenis bem feitas, uma blusa com decote em v e que deixava a mostra o inicio da divisão dos seios sem ser muito chamativo; Para Irene ninguém iria se interessar muito pela figura da mocinha. Às dezoito horas a campainha tocou e Irene foi abrir, sabia que era o marido, ele a abraçou com carinho mostrando que estava saudoso. Irene já tinha lhe falado da nova empregada que ela tinha trazido, combinara antes com Marcela que as duas tinham se conhecido na casa do irmão dela em Minas.

     Quando a viu, Jorge, um descendente de espanhóis do sangue quente sentiu a pele queimar embaixo das roupas, cumprimentou a moça enquanto seus olhos a mediram de cima em baixo rapidamente avaliando o potencial feminino não deixando transparecer nada para a esposa, o aperto de mão suave pressionando e folgando por duas vezes, quase fez Marcela sorrir. Sabia que o bonitão, se estivessem ali a sós a agarraria, mas fingiu bem o seu papel de mineirinha ingênua e quase virgem.

Capítulo II

     Nas duas semanas que se seguiram Irene que ainda estava de férias, foi lhe ensinando os meandros de uma boa funcionária do lar. Marcela levava tudo na mais perfeita calma e ao mesmo tempo pensava em se dar bem, os valores de honestidade e moral recebidos dos pais e parentes pobres, mas probos, faziam com que ela pensasse até em desistir de ficar na casa de Irene e perto das tentações.

     Por ficarem sozinhas, Irene acabou por confidenciar mais coisas do que deveria a uma simples empregada. Marcela era como um gravador, prestava atenção nos detalhes e algumas frases soltas e dita durante as conversas parecendo sem importância, eram analisadas cuidadosamente por ela, nada se perdia.

     Um dia, quando mostravam na televisão uma reportagem de mulheres que não podiam ter filhos e estavam apelando para a fertilização in-vitro, ela ouviu um suspiro de Irene junto com a frase: - “Acho que é o que eu vou tentar fazer”. Como Irene não se dirigira a ela ficou calada, mas as palavras ficaram martelando na sua cabeça. Na primeira vez que ficou sozinha no apartamento, numa noite em que o casal saíra para jantar fora e como não era a primeira vez, a moça sabia que só voltariam tarde e de pileque. E não podia perder uma chance de saber coisas que poderiam fazer dela alguém melhor do que uma simples empregada doméstica. Estava por sua conta e risco, sem a proteção do papai e mamãe, pensou e lembrou-se da mãe não lhe dera noticias e ainda não decidira se faria isto.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 29/09/2018
Reeditado em 01/10/2018
Código do texto: T6462621
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