Férias

Movimento suave nas folhas das árvores.

A brisa perfumada pelas flores silvestres invade a casa silenciosa. Nos bancos da varanda,almofadas coloridas adornam com simplicidade.

Na porta, um capacho com o desejo de boas vindas.Pendurada, ao lado,uma gaiola dourada aberta, completa a entrada.

Em frente à casa,um carrinho de mão pintado de vermelho, abriga viçosas flores; Uma morada agradável.

Uma janela protegida por vidro e grade.

Caminhando em meio à natureza,sozinha,admirando tanta beleza...

Eu estava exausta,porém feliz.

Precisava apenas de um copo de água.Bati palmas e chamei.

Um cãozinho branco surgiu latindo, mas não era agressivo.Só estava assustado.

Continuei chamando.Só o silêncio insistia agora no ar.

A porta estava destrancada.Pedi licença em voz alta e entrei.

Tudo muito limpo e arrumado. Mobiliário claro na sala de estar,com cores fortes no tapete e nos quadros.Logo, avistei um corredor com duas portas;apenas uma delas estava aberta.

A porta aberta dava acesso a uma biblioteca decorada com muito bom gosto,misturando os estilos antigo e novo.A outra porta(a fechada)deixou-me curiosa e ao mesmo tempo receosa e indecisa.

Caminhando devagar para não fazer barulho,fui até a cozinha.Tudo lá estava organizado.Abri a geladeira e estava vazia.Sobre a pia,uma bandeja com copos limpos.Havia água na torneira.Saciei minha sede.

Antes de ir embora e seguir meu caminho decidi abrir a porta fechada.Chamei,mas não tive resposta.Abri a porta.

Um quarto arrumado.A janela fechada.A luz estava acesa.

Sobre a cama,havia uma folha de papel .Manuscrita,uma mensagem,que li, ainda movida pela surpresa: "Essa casa abriga amor e paz.Desejo que os visitantes encontrem guarida e água além de conforto espiritual.Encontrei, agora, abrigo em outra dimensão.Esse lugar é abençoado. Paz e luz!"

Senti-me personagem de filme!

Aquela realidade me fascinou e ,ao mesmo tempo,mostrou-me que toda vida (caminho)tem pausas e recomeços. Respirei fundo e minha vida encheu-se de força e tranquilidade.

Saí para a varanda,sentei-me no banco da varanda e admirei a paisagem por um bom tempo.estava sem relógio.

Circundei a casa antes de ir embora.O cãozinho não mais estava lá.

De volta à pousada um banho gostoso antes do jantar, já anunciado pelo aroma irresistível.

A noite foi de sono profundo .

O canto dos pássaros e sol adentrando às venezianas convidaram-me à mais um dia. Era dia de final de férias. Hora de voltar à cidade, ao trabalho, à família; à boa e necessária rotina da minha vida.

Voltei revitalizada.

Uma pausa pode representar a renovação do oxigênio que nutre a alma.

Vera Scherer
Enviado por Vera Scherer em 30/10/2019
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6783236
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