SEGUINDO O MISTERIOSO CAMINHO

Eu sempre gostei muito de motocicletas e ando nelas há mais de 50 anos... quando eu ainda era jovem cai dez vezes nas minhas pilotagens e imprudências, mas a sorte sempre me acompanhou e tive só pequenas lesões, cada vez que caia, levantava e continuava a minha jornada... desistir nunca porque a moto não fazia uma parte  da minha vida... ela era a própria vida... mas  nunca mais cai, quando me tornei adulto e prudente.

Um dia, depois que a noite se pronunciou eu, estava percorrendo uma estrada e sentindo os pneus da moto riscar a estrada que era de chão, natural, sem os confortos dos asfaltos – curtindo o ar batendo no meu rosto e a noite avançando - fiquei perguntando-me onde eu estaria e para onde a moto estava me levando, ou era eu que a estava levando?
Mas isso não importava, pois eu estava vivendo a própria vida, o sentido é o caminho por onde o motociclista anda –  aproximei-me de  dois carros pretos que iam na minha frente, que poderia ultrapassá-los...  mas não era o que eu e a moto queríamos, não sei porque! Então eu continueI atrás deles como se fossem meus guias naquela aventura noturna... que mostrava-me o caminho.... de algum lugar. Vi quando os carros pretos dobraram para a direita, mas porque sair da estrada principal? Mas eu e a moto queríamos seguir os mostradores do caminho e dobramos também para a direita, atrás e bem próximos dos carros – a rua ou beco era muito escura e pela cor dos carros, eu não conseguia mais vê-los... mas eu não conseguia a visualização deles, porque eles tinham desaparecidos... mas eles queriam que eu entrasse naquela rua... o que eu fiz! Agora fiquei sem os que eu considerava meus guias que desapareceram como mágica... resolvi continuar a minha aventura sozinho, acelerei a moto e segui por aquele beco escuro como curiosidade e ver aonde ele iria me levar... mas de repente a rua se tornou estreita mas para moto tinha como continuar, mas o estreitamento se acentuou e chegou a um ponto que nem a moto poderia continuar, e  ela parou - os barrancos altos das laterais começaram a me comprimir sufocando-me.
Então eu entendi o que os meus guias queriam era me dar um grande susto... também compreendi que eu deveria lutar pela vida e me livrar do susto... e para isso eu teria que voltar para a entrada do beco que era mais largo – eu já estava ficando com falta de ar, e não poderia ficar muito tempo com a respiração ofegante e sofrida.
 A moto não tem ré e eu tive que usar os pés com muita força para impulsioná-la de volta dando uma marcha ré com a força física do corpo. Consegui voltar e sobrevivi mais esta aventura de moto que eu vivi... porque a moto ainda faz parte da minha vida... e não da morte.
 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 22/07/2018
Reeditado em 29/09/2020
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