FUGA IMPOSSÍVEL
Eu estava cercado por vários edifícios, e buscando uma forma de me libertar  daquele cerco de concreto de vários andares... porque eu estava preso ali? não sei, mas sabia que eu precisava fugir para a liberdade... meus olhos estavam vigilantes na procura de algum espaço  onde o meu corpo pudesse passar... olhei todos os edifícios e notei uma pequena passagem por baixo de um deles onde eu poderia passar de uma forma rastejante, arriscada... não sabia se depois da passagem eu poderia continuar a fuga – teria que arriscar porque  era a única solução naquele momento, eu entrei como um réptil e por sorte o lado de dentro tinha como locomover-me andando como um cachorro, ou seja apoiando-me nos joelhos e nas  mãos  e fui adentrando até ver se tinha como sair do lado oposto!  Tinha! Seria outra saída similar a da entrada onde eu teria de rastejar por um lugar apertado. Em continuidade  saí para o outro lado dos edifícios onde se encontrava um belo bosque e a liberdade pretendida.  
                Como descobri a minha fuga que parecia possível, resolvi voltar para pegar alguns pertences pessoais que coloquei nos bolsos e voltei pela mesma abertura estreita... continuei engatinhando até a saída do outro lado e quando me espremi para passá-la, meu corpo trancou e eu não conseguia passar e nem voltar e então aquele sonho que parecia um acontecimento real, passou a ser uma pesadelo maldito que foi um dos piores... porque além de eu ter a forças diminuídas e a fala embargada, foi a falta de ar como se eu estivesse morrendo afogado... por algum tempo  fiquei atormentado pela terrível situação naquela fuga impossível e desesperadora e com os poucos movimentos que me era permitido e dos gritos embargados que ainda me restavam - seriam as únicas formas da tentativa de libertar-me... e no auge dos meus suplícios senti uma batida no corpo feito pela minha esposa que viu meu desespero para acordar-me e isso fez com que os monstros do pesadelo iniciasse a sua retirada, por eu estar acordado –  mais um pesadelo vencido.  

 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 24/08/2018
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