A triste vida de Suzan!

Há muitos anos, um jovem rapaz deveras muito gentil e simpático, vivia sempre ajudando a quem precisava. Nunca ninguém ouviu dizer que Jonas havia negado ajuda quando alguém estaria precisando dele. De fato, nunca negou. Não havia ninguém naquele vilarejo de camponeses tão bondoso e carinhoso quanto Jonas.

Ao contrário de Jonas, Suzan era uma jovem rancorosa e estranha. Era amarga e não conversava com ninguém. Todos se perguntavam o porquê Suzan se escondia de tudo e de todos. Não sorria nem brincava com ninguém.

Em um entardecer frio e nebuloso, Jonas adentrou a mata fechada que rodeava o cenário em volta de sua casa. Uma casa humilde e simples como de todo camponês. Sua missão era procurar por lenhas para queimar no fogão e assim, aquecer a todos de sua família. Não era muito fácil achar lenha naquela época do ano. O frio fazia com que todos os moradores da vila também buscassem por lenhas para se aquecerem.

Jonas decidiu adentrar a parte da mata que nunca houvera adentrado. Não estava conseguindo achar lenhas ali. Ele foi indo cada vez mais na mata fechada. Quando achara um lugar na qual encontrara lenhas, viu algo estranho, algo que parecia ser um corpo. Foi até o desconhecido e teve uma imensa surpresa. Ficou chocado com a cena que acabara de presenciar. Um corpo de uma jovem moça todo machucado, com marcas terríveis no pescoço e suas roupas estavam todas rasgadas. Como num piscar de olhos, sem ao menos pensar, Jonas a pega em seus braços. Era uma jovem linda, pele morena e cabelos pretos que a fez ficar sem ação por alguns segundos. Foram suficientes para a vida de Jonas dar uma reviravolta sem ele mesmo saber ao certo o que houvera acontecido.

A moça em seus braços era Suzan. O que estaria Suzan fazendo dentro daquela mata fechada naquele horário? Ela acordou. Suzan não havia morrido como Jonas chegou a pensar. Naquele momento ela vê que um homem a estava segurando. Começou a gritar por socorro e deveras ficou muito incomodada com a presença de Jonas ali. Não era pra Jonas estar ali. Tudo estava acontecendo como de costume, por que Jonas estaria ali?

Suzan ficou muito desorientada em ver que alguém a viu naquele estado. Ninguém podia ver Suzan ali, toda machucada. Todos iriam desconfiar o que acontecia com ela. Então, sem pensar, Suzan começou a insultá-lo e gritar com o jovem rapaz que só quis ajuda-la. Ela começou a incriminá-lo por ter feito tamanha brutalidade. Jonas não soube como reagir. Não conseguia se quer dizer uma palavra. Estava tão surpreso pelo fato ocorrido e não entendia por que ela o culpava por aquilo.

Suzan saiu correndo de dentro da mata como se já soubesse o caminho a percorrer. E sabia. Aquele caminho era uma trilha já feita pelo lado oposto da mata em que Jonas havia adentrado. Ele não obstante a seguiu. Suzan estava tão desnorteada que nem percebera que ele foi atrás dela. Ela sabia ao certo onde deveria ir para sair dali de dentro.

Ao chegarem à vila, Suzan entrou em sua casa, as luzes estavam todas apagadas. Ele ficou observando o que acontecera depois dela entrar, quando de repente ele vê que as luzes se acendem e começa a ouvir gritos. Gritos dela e de uma voz masculina a insultando. Chamando-a por nomes de baixo calão, quando Jonas ouve que homem a acusa de ter o traído com um rapaz da vila. Ela em prantos dizia que não sabia como aquele rapaz foi parar no meio da mata fechada. Intrigado, Jonas vai embora.

Num certo dia, Jonas viu que Suzan estava indo para a mata novamente, e resolveu ir atrás para ver o que de fato acontecia. Um homem mais velho foi logo em seguida atrás dela. Ele os seguiu. Não deixou que os visse. Os dois pararam exatamente no lugar em que Jonas encontrou Suzan toda machucada e desacordada. Surpreso com a situação, Jonas não queria acreditar no que estava vendo. Aquele homem começou a agredir e insultar Suzan. Ela parecia que já estava acostumada com aquela cena de terror. Apenas o pedia para que não a machucasse tanto como da outra vez.

Sem poder acreditar no que via, Jonas sem pensar começou a gritar para aquele homem parar com aquela monstruosidade que estava fazendo com Suzan. O homem veio para cima dele, pegou um pedaço de madeira e travaram uma luta que parecia não ter fim. Suzan chorava muito. Chorava e gritava sem parar. O homem estava pronto a golpear a cabeça de Jonas, quando num impulso e sem pensar Suzan gritou alto e forte: Não pai!

O homem se distraiu com a confissão que Suzan acabara de revelar e fez com que Jonas mobilizasse aquele monstro com um ataque pelas costas. Suzan correu para casa chorando muito. Jonas foi atrás. Ela não queria recebe-lo, mas ele insistiu. Então Suzan abriu a porta e com muitas lágrimas correndo pela sua face, abraçou Jonas e confessou que aquele terrível homem era seu próprio pai. Naquele momento Jonas entendeu que Suzan não era rancorosa porque queria, era uma menina triste e sem vida. Jonas a levou para sua casa e com o passar dos anos a vida de Suzan fora voltando e despertando nela a vontade de viver. O pai? O pai foi preso e nunca mais se ouviu falar nele.

Viviani Borghezan
Enviado por Viviani Borghezan em 05/09/2018
Reeditado em 05/09/2018
Código do texto: T6440001
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