Morte, Bela Morte.

As borboletas monarcas pairavam em cima do corpo da minha primeira vítima. O dia estava quente, sendo assim, todo o processo artístico da morte cessaria, e daria lugar, mais uma vez, a triste decadência biológica.

 Eu a tinha colocado em uma cama de solteiro que tinha nos fundos de casa, as borboletas chegaram naturalmente no corpo, quase como se fossem convidadas para uma reunião, a qual saberiam que aconteceria.

 Com os cortes já secos e o sangue gelado, como meu coração, decidi enterrá-la. As borboletas monarcas continuavam a pairar no corpo,  esperando, como se tivessem consciência do que eu estava fazendo, com o corpo já enterrado, fiz questão de falar para as minhas amigas que estava terminado, e como um toque de surrealismo elas pousaram quase que imediatamente sobre a cova rasa da pequena garota.

 Depois de 5 dias após meu primeiro crime as borboletas permaneciam em luto no meu quintal, todas as asas baixas e nem um som de voo, até que no sexto dia, como em um passe de mágica, elas sumiram.

 Caminhava em uma rua estranha, pensando na empolgação do homicídio e nas mágicas borboletas, de repente ao olhar para o céu tive um lampejo de sanidade.

 Corri desesperadamente para casa com lágrimas nos olhos e com um remorso com o qual nunca tivera em minha vida inteira. Peguei a pá e com golpes de fúria abri novamente a cova de minha princesa, e no túmulo, antes fresco, estava apenas o cadáver das minhas amigas borboletas.

Link do concurso em que o microconto está competindo:

https://sweek.com/pt/read/20338/1102674648

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Victor Neves
Enviado por Victor Neves em 17/09/2018
Código do texto: T6451387
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