Maria Vai Com as Outras

Certa vez por estar em desespero um homem que até pensava em suici dar -se,saiu andando sem destino então,andou,andou por uma estrada

vazia; num dado momento perguntou-se: por que não avistei ninguém?

por um tempo ali ficou paralisado. De repente foi acordado por uma garo

rota que lhe perguntava o que tinha acontecido;ele atordoado respondeu -- ah não sei,não foi nada,estou bem. -- Tem certeza? -- Sim,sim.

-- Ah tá então siga o seu caminho. A jovem mormoureja: -- Que sujei

to estranho! Ao tempo que se afastava.

Ele continuou a caminhar até que avistou uma encruzilhada, e pouco

antes dela encontrou um grupo de quatro pessoas e perguntou onde es

tava e ouviu por resposta : -- na estrada do destino. E as pessoas se fo

ram,ele se pôs a andar chegando à encruzilhada, confuso se indaga: -- E

agora pra onde seguir? Resolveu tomar a 1a perna da tal encruzilhada andou uma dezena de metros e caiu n'uma poça de lama;prageja,xinga,

retorna e toma a 2a perna do cruzamento,caminhou,caminhou,seus pés

doíam mas insistiu andando; de repente pá! tomou uma topada que qua

se lhe arranca a cabeça do dedão;novamente volta a praguejar e xingar,

a cabeça do dedo lateja e sangra.

Cansado,a ideia de morte até lhe fugira do pensamento,ao menos por

hora,tentou proteger o ferimento com uma folha e se pois a caminhar,e

pegou um desvio que o levou a 3a perna da mesma encruzilhada,cami-

nhou, caminhou e encontrou um rio,então pensou: -- É um bom lugar pa

ra se morrer,vai ser rápido. Porém tivera o pensamento interrompido por

uma velhinha que carregava um feixe de lenha e se dirigindo a ele disse:

-- Meu filho será que você pode me dá uma ajudinha? E ele voltando-se

para ela respondeu: -- Eu é que estou precisando de ajuda vovó! mas de

que tipo de ajuda a senhora precisa,vou adiantando que se for dinheiro

não tenho nenhum!. -- Não não preciso disso não,queria saber se você

poderia levar esse feixe até minha casa que fica do outro lado do rio. --

Do outro lado? Mas como a senhora atravessou? -- Subindo um pouco mais tem uma pontezinha,logo depois fica minha casa. -- Tá bom,vou a

judar a senhora,talvez seja minha última boa ação. -- O que você disse?

-- Nada, nada, mas a senhora mora sozinha nesse fim de mundo? --Não

moro com minha filha. -- E ela não pode sair pra pegar lenha a senhora não tem mais idade para isso! -- Não,ela não pode;porque ela é cega.

-- Minha nossa,como pode duas mulheres uma idosa e uma cega morar

num lugar assim? -- Mas qual era seu rumo meu filho? -- Não sei. -- Vo

cê acredita em destinho filho? -- Eu ,não senhora. -- Ah,tá; está vendo a

nossa casinha é ali oh! E ao levantar as vistas ficou surpreso. -- Nossa é

muito bonito! Mais um pouco de caminhada e chegaram,ele largando o

feixe no chão sentou-se esperando a senhora;ouvindo o barulho a jovem

abre a porta e grita: -- Mãe é você?

E ele voltando-se para a trás diz:-- ela está vindo,eu trouxe a lenha

para ajudá-la. Nesse instante o moço sentiu uma sensação de leveza co

mo nunca experimentara antes. Levantou-se e fitando a jovem ficou im

pressionado com sua beleza angelical,sua voz era doce,macia,demonstra

va uma sensação de paz. Finalmente a velha chegou à porta da cabana e disse ao moço: -- Entre meu filho,ponha a lenha aqui na cozinha. Filha

faça um café para o moço que deus nos enviou pra ajudar. -- É pra já mamãe! Disse a jovem;e ele como que embriagado com aquela voz tão doce viu uma luz tão intensa ao redor da moça que quase ele é que fica

ra cego. -- A senhora,indicando uma cadeira disse-lhe,--sente-se meu fi

lho enquanto espera; o café de Iasmim é sem igual;mas ainda não sabe

mos seu nome,a propósito o meu é Ana Beatriz e o seu? -- Meu nome é

Pedro Cesar. -- Bonito,não é mãe? -- Sim,respondeu a senhorinha. Al-

guns instantes depois, a Iasmim serve o café. --Aqui está,Cesar,posso

chamá-lo assim? -- Claro!

A Iasmim de fato era uma garota muito bonita,cabelos lisos e longos,

sua tez branca como a neve,naquele instante toda angústia que acome

tia nosso moço desaparecera como por encanto. Então, Ana diz: -- vo-

cê vai ficar com agente já que não tem para onde ir e nem dinheiro,não

vai? -- Mas vocês nem me conhecem,não sabem quem eu sou e se eu

for um bandido? -- Você não é um bandido sentimos isso. Disse Iasmim.

E continuando;--Depois do café vamos dar um passeio,vou lhe mostrar a

beleza e tranquilidade do lugar;na volta você responde. -- Tá bom,como

recusar convite tão gentil. No retorno D.Ana os aguardava na varanda e

percebendo a aura do moço totalmente leve lhe diz: -- Sente-se ao meu

lado,sei por tudo que passou não me pergunte como,não posso explicar,

acredite,nós somos seu destino;vou partir em muito breve,lá atrás lhe pedi um favor não foi? -- Sim. -- Mas em verdade,eu é que lhe fiz um.

Surpreso Pedro Cesar fica sem palavras. Mas inexplicavelmente tinha a certeza de estar completamente apaixonado por Iasmim,fora amor à

primeira vista por ela,pelo lugar onde encontrara uma paz interior como

nunca sentira antes. -- Não diga nada por agora,apenas vá ficando e se

sentir vontade de ir embora,pode ir. Estamos combinados? -- Sim.

E assim foi, poucos meses depois,num certo dia Ana não acordou mais

Surpreso e assustado,Pedro teve que cuidar de tudo,inclusive de Ias-

mim,mas ambos apesar do passamento de Ana estavam felizes e em paz. A vida de Pedro tomou outro curso.

Mensagem final: Nem sempre devemos ir pela cabeça dos outros,ou

dar mais importância ao julgamento que os outros façam de nós,mas...

Paulo Carvalhal
Enviado por Paulo Carvalhal em 25/10/2018
Reeditado em 25/10/2018
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