O preto

... Dias! Penso sobre o que pode ser a escuridão. O nada ou o tudo? Diante desse fenômeno a cor negra é predominante, um fato característico. O autoritarismo do “eu” se encontra na obscuridade. Quando estou buscando a mim eu fecho os olhos e nem mesmo o “eu” vejo. Tudo no secreto. Quem dera eu querer que esta noite fosse maquiada por segredos: quero a elegância do conhecimento. O apagão revela o mais sinistro fim a que estamos submetidos, o nada. Apagou, fim. Apagou, poderoso ficou. O fim é para muitos a escuridão eterna que reside na morte. A tenebrosidade está no fechar e no nunca mais abrir. Quando do apagão tememos a mais bruta maldade do ser, no apagão encontramos ser: tudo ou nada? A revelação vem com o auxílio inútil de uma lupa que permite buscar ver o perigo predominante do secreto. Para ver a escuridão, perdemos a opacidade do ser. Enobrecer o fenômeno escuridão é perder o melhor de nós que o “eu” transita entre o nada e o tudo; o bem e o mal; o ser e o não-ser; o segredo e a revelação. A escuridão permite assumir que tudo necessita de honra para aceitar o Mist...