A “hipocondríaca”.

Recém-formado, Dr. Fábio começou a atender em um Pronto Socorro Municipal de periferia.

Uma professora, de 52 anos, solteira, que morava só num pequeno apartamento em um bairro central, o consulta a cada quinze dias.

Ela sempre chegava no horário mais calmo e a consulta nunca excedeu meia hora.

Dona Luzia ouvia o Dr. Fábio atentamente e o olhava com tal ternura que, em aos poucos foi ganhando a simpatia do jovem doutor.

Dr. Fábio se interessava por detalhes da saúde e bem-estar da professora e a recebia com especial atenção, sem saber por que aquela cliente lhe fazia tão bem.

Quando o doutor montou o seu consultório particular, dona Luzia adquiriu um plano de saúde pra continuar a visitá-lo a cada quinze dias.

Agora, nem sempre pra consulta-lo. Muitas vezes aparecia no meio da tarde com algo apetitoso feito especialmente para ele.

No casamento do doutor, dona Luzia foi incapaz de deter as lágrimas ao ver os noivos entrarem na Igreja.

Quando nasceu o primeiro filho do casal, o médico e a esposa se emocionaram com o presente de dona Luzia - uma caixa forrada com cetim florido contendo delicadas peças tricotadas por ela.

O casal passou a receber dona Luzia em casa e se encantavam com a cumplicidade entre ela e Juliana, desde bebe. E muitas vezes se emocionou com a ternura que a senhora dedicava à menina pra quem contava histórias, apresentava livros e, tantas vezes fez dormir embalando em seus braços enquanto cantava baixinho.

Certa vez, Lisy, mãe de Juliana ficou intrigada ao notar que dona Luzia chorava ao embalar a menina. Esperou-a acomodar a criança no berço e, tomando-lhe as mãos perguntou com ternura:

_ Porque a senhora se emociona tanto com Juliana?

E dona Luzia finalmente abriu o coração:

" _ Ela se parece tanto com o pai quando era o meu bebezinho..."

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 06/05/2020
Reeditado em 11/05/2020
Código do texto: T6939264
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