A FONTE ato 12

A FONTE ato 12

Imperioso o medo condena

o doente desde a infância

pensava estar certo de tudo

tudo que fazia poderia ser único

dentro dele era tudo uno vingado

precisava estar longe

precisava ter o tempo ao fundo

o tempo ao fundo era necessário

o tempo que viesse poderia fazer

esquecer das coisas lembrava

rastejando feito verme sobre a terra

a terra está úmida estou perto

preciso matar minha sede

minha garganta tem um faca cortando

tenho um calor fervendo

minhas lágrimas de sangue escorrendo

não posso ver quem está vindo

sinto as verdades voando

o vento quer me dizer coisas tolas

não quero ouvir preciso matar

preciso matar tudo que falta

preciso matar-me de água

observe e olhe as paredes estão

derramando todo sangue dela

estás no ventre da amante

não percebe porque não sente

mais teu corpo como antes

está na profundeza dela

o medo que pensa sentir

é o medo que ela sentia na pele

as areias nos olhos a terra úmida

a procura por água pra matar

são pesadelos ainda nos olhos dela

nos olhos dela pode ver fruto

dormindo acima de tudo dormindo

querendo alcançar o afago

eu te dou o sonho do infinito

sobre o rito das máscaras

todas as máscaras que conseguiu

vestir sozinho estava ela presa

libertou sua alma corrompendo

o grande embrião do Deus

me oferecendo um sangue inocente

estava doente e cego

estava vazio no caos da infância

estava perdido agora entregue

não percebeu o perfume dela

as marcas deixadas profundas

são todas as marcas da escada

que não preferiu subir

quer sair vai descobrir

quando beber do sulco que verte

de dentro dela

na procura por ela terá

há outros destes mundos escondidos

não existe nenhum esquecido

terá que viver cada um deles

se quiser encontrar a ponte

o outro lado tem alguém fugindo

poderá deixa-lo para sempre

ele está voltando ficará solitário

no deserto entre os outros

verá o rosto na mesma mortalha

que feriu a terra pra enterrar

a própria verdade que carregas

a súplica dela ficou imortal

nos teus olhos

por isso não enxergas

estás no corpo dela queima

o vento traz a primeira ferida

ela está aberta...

...sabe o que cicatriza?

permita-me vê-lo de onde está

sou a mentira que contou

a teu filho sobre aquele altar

tão belo que o doce veio tão doce

contar-me teu segredo logo abaixo,

desejou-me agora pode "adorar"

sabendo quem sou quando acordar.

MÚSICA DE LEITURA: Dark Imperium - Procession of Leviathan