O PEQUENO CAMINHEIRO (Parte VII O novo amigo)

A noite caia na planície sorrateira,
Enquanto todos doemiam,
A tartaruga resolveu sair ao léu,
Pegou um lampião, sua bengala e lá se foi.
Subiu a montanha onde existia a árvore mais bela,
E lá chegando, deparou som o urso panda:
- E ai seu urso, posso me chegar?
- Claro tartá...posso te chamar de tartá?
- Claro que pode.
- Por que esse olhar triste seu urso?
- É que eu to aqui sozinho, nesta montanha,
sou guardião dessa árvoreamiga e  tão bela.
- E onde está sua família?
- Não tenho mais familia, passou por aqui os caçadores e levaram todos.
- Levaram pra onde?
- Para um circo.
- E por que você ficou?
- Eu me escondi, mas estou arrependido.
- Hum...arrependido de que?
- Agora to sozinho aqui, sem pai, sem mãe, sem irmãos..
- Que triste isso seu urso.
- Vamos sentar nessa pedra ai, disse o urso.
- Vamos sim... Você tem um nome?
- Tenho sim, meu nome é Pandolé.
- Pandolé...riu a tartaruga.
- Ah! Olha ai, você também está rindo de mim...respondeu o urso com um olhar de piedade e tristeza.
- Desculpa Pandolé...desculpa..é que é engraçado.
- Tá bom, vou te desculpar. Você quer ser meu amigo?
- Quero sim, você está sozinho e precisa de amigo. Lá embaixo estão os outros meu amigos, Estão dormindo.
- E você não teve medo de sair a noite assim sozinho?
- Que nada.
- Estou com vontade de chorar, disse Pandolé.
- Então chora meu amigo, então chora, faz bem...lava a alma.
Olha, não é toda hora que se encontra um amigo, tem muito bicho ai falso demais,
Muito bicho invejoso, maldoso, inconfiável.
- Eu sei...eu sei....Ta vendo essa árvore, ela é minha amiga, tem lindas flores e seu fruto se abre e tem muita sementinha dentro dela. Tem muitos pássaros que vem aqui busar sua semente e sai por ai plantando pela planicie. Eu também, quando estão maduras eu arranco e fico jogando aqui de cima.
A gente conversa muito, ela me entende e chora comigo.
- É um amigo tem não tem que ter vergonha de chorar com outro amigo, a amizade é como uma estrela guia, ilumina e mostra a nossa direção.
- Eu devo confiar em todo mundo? falou Pandolé.
- Voce deve confiar desconfiando, até saber se o seu amigo é amigo de verdade.
- Posso confiar em você?
- Pode, mesmo porque voce é grandão e pode me massacrar se eu for desonesto com você.
- Você pode passar a noite aqui comigo, disse Pandolé.
- Posso, se eles lá embaixo sentirem minha falta eles vem me procurar, pois, são meus amigos de verdade.
- Então um amigo é como um irmão?
- Mais do que um irmão, as vezes por egoismo, ambição, um irmão trapaceia, engana e mata o outro. Como Caim matou Abel. Já o amigo de verdade não engana, não trapaceia, não cobiça a mulher do próximo e não mata. O amigo é uma dádiva de Deus. Graças a Deus tenho muito amigos.
Sabe seu Urso, um amigo aquece o outro quando o outro está com frio, ajuda a procurar comida, chora com a gente na triste e da gargalhada na alegria.
- Então vocé é meu amigo?
- Sim, e você é meu?
- Agora eu sou seu amigo e eu quero conhecer os seus outros amigos.
- Então, amanhã bem cedo você vem comigo.
- Mas eu não posso abandonar minha árvore, ela é tão bela, tem uma sombra tão gostosa e me perfuma.
Você pode levar seus frutos e na caminhada plantar várias outras árvores e ser amigo dela também.
- É verdade.
Então Pandolé levantou-se, ajelhou ao pé da árvore e disse:
- Minha linda amiga, eu preciso partir, econtrei novos amigos e nunca vou te esquecer, pois, vocé me alimentou, me aqueceu, me deu sombra e me perfumou, então você é minha amiga de verdade.
- Vá com Deus meu amigo Pandolé, vou sentir muito sua falta, suas brincadeiras e subir em mim, seus roncos na madrugada...foi bom ter você como amigo.
- Um dia eu voltarei pra te visitar, e muitos por aqui haverão de passar para descansar á sua sombra.
- É verdade Pandolé, é verdade....então durma que amanhã cedo você tem que encontrar com seus novos amigos...
Então vamos dormir....até amanhã minha querida.
- Até amanhã Pandolé, hoje vou ouvir pela última vez o seu ronco horrivel...
Juntos ali, deram boas gargalhadas e foram dormir, felizes com seu novo amigo Tartá, para na manhã seguinte  seguirem a vida com os outros que estarão ás suas esperas..
 


Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 09/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2958825
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