Maravilhoso fim de semana

Era uma vez duas meninas Beatriz e Inês. Eram irmãs gémeas. Tinham sete anitos, andavam na segunda classe e gostavam muito de pregar partidas aos amigos, fazendo-se passar uma pela outra.

Convidaram uma amiguinha da escola para passar o fim-de-semana com elas.

Ansiosas, as gémeas contavam pelos dedos os dias que faltavam para estarem as três juntas. Beatriz queria mostrar à amiga um sítio especial, o seu lugar preferido, quando estava zangada ou tinha necessidade de falar com o seu amiguinho imaginário. Refugiava-se em cima do telhado da enorme casa de bonecas que estava na varanda do andar onde viviam. Inês tinha uma outra ideia e queria pô-la em prática sem falhar o seu objectivo. Pediu à mãe para fazer as bolachas que costumam fazer na época de natal. Mãe e filhas passaram a tarde a fazer as bolachinhas e mais um bolo de chocolate para presentear a visita especial, a amiguinha Mafalda.

Pela primeira vez, tinham uma amiga a passar o fim-de-semana com elas. Era preciso pensar onde a amiga iria dormir, pois a cama delas era pequena para três pessoas. Mas Beatriz teve a brilhante ideia de pedir à mãe para colocar o colchão que tinham de reserva no meio da cama delas e assim tinham a amiga mais próxima delas. O dia chegara finalmente e as pequenitas estavam muito contentes e tinham acabado de terminar as tarefas escolares antes de Mafalda chegar. Já podiam ir brincar descansadas, iriam aproveitar o tempo para as suas brincadeiras favoritas.

A campainha toca às três horas em ponto daquele inesquecível sábado. Com um brilho nos olhos, as duas irmãs abrem a porta acompanhadas pela mãe.

Brincaram tanto que nem lanchar queriam, não fosse a mãe lembrar que tinham que comer senão não teriam força para continuarem a brincar. O tempo passou rápido e já eram horas de irem dormir. Pela primeira vez, dispensaram a história habitual que a mãe ou o pai lhes contam antes de adormeceram.

A mãe das gémeas recomenda que são horas de dormirem para no dia seguinte poderem continuar a brincar até os pais da Mafalda a virem buscar.

Passados uns minutos, a Inês incentiva a irmã e a amiga a irem à cozinha comer umas bolachinhas. Sim vamos, disse a irmã, mas Mafalda fica em silêncio. As gémeas levantaram-se pé ante pé dirigiram-se à cozinha. Mafalda, aflita, diz ter medo do escuro. Beatriz prontificou-se a acender a sua lanterna. Não faças isso que os pais acordam. Mafalda não tenhas medo o escuro, é o contrário do claro. Voltou para traz e pegou na mão da amiga, anda lá, não tenhas medo. A mãe diz que é natural as crianças terem medo, faz parte do nosso desenvolvimento. A mãe também confessou que, quando era criança, tinha medo do escuro e dormia com os seus bonecos preferidos. Eles davam-lhe segurança.

Levaram as bolachas para o meio da sala e, sentadas em almofadas, comiam com apetite as bolachinhas de natal. Não resistiram ao cansaço e acabaram por adormecer.

Os pais da Inês e Beatriz, que estiveram sempre atentos, levaram as miúdas de volta para a cama. Mafalda sentiu o conforto de uns braços, aninhou-se, e começa a falar muito baixinho, não tenho mais medo do escuro. Emocionada, a mãe das pequenitas beija Mafalda ao deitá-la na cama provisória.

O casal abraçado, com um sorriso nos lábios, olha embevecido para as três crianças que dormiam profundamente.

Elas são a alegria e a pureza da nossa vida.

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 12/10/2013
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