FOLHA DE INHAME

Os raios do sol escaldante tocavam os morros e invernadas da serra do Caparaó.

Mamãe no arreio chapeado ia conduzindo serra acima, Suzana, uma mula idosa a caminha de nossa querência.

Eu na garupa, sentado sobre um pelego vermelho, feito do puro couro e lã de carneiro.

Segurando firme na alça do arreio para não deslizar nas subidas mais íngremes.

O calor ia fazendo com que Suzana molhasse de suor, suor quente e salgado que assava minhas panturrilhas.

Quando chegávamos ao riacho Aderinho, mamãe apeava da mula e colhia água cristalina e geladinha para matar nossa cede e a cede de Suzana.

O córrego de água pura passava solenemente sobre a estrada sem nenhuma preocupação.

Na folha nova e robusta do inhame, mamãe coletava até um litro de água de uma vez.

Bebíamos e molhávamos com a água fresquinha da serra.

O sabor da água na folha do inhame parecia especial e a densidade da água era ímpar.

Em seguida iniciávamos a cavalgada serra acima até chegar a nossa residência, que ficava no alto da montanha, horas depois, já quando o sol já estava cansado e seus raios avermelhados estavam como que dizendo: até mais!

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 27/06/2017
Reeditado em 27/06/2017
Código do texto: T6038889
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