PEDRO E O PASSARINHO
Era tempo de recreio. No pátio da escola as crianças entretinham-se. Cada criança tentava explorar no máximo aquele momento de descontracção. Porém, uma delas, isolada das demais, despertou a atenção de um passarinho que repousava, empoleirado, num galho daquela árvore frondosa, situada no meio do pátio da escola. Pedro, um menino que parecia tímido era o tal que, afastado dos colegas, despertou a curiosidade do passarinho que não se fez rogado e dele se aproximou: -Olá! -Saudou-lhe.
-Olá! -O que desejas de mim? -Retorquiu Pedro.
-Preocupei-me ao ver-te isolado enquanto os outros meninos brincam. E por isso, resolvi vir até aqui para saber o porquê do teu distanciamento. -Explicou-se o passarinho.
-Prefiro ficar no meu cantinho. Assim evito aborrecimentos. – Apressou-se a dizer Pedro.
-Nada disso! O principal aborrecimento é quando uma criança fecha-se e desperdiça momentos brilhantes como, por exemplo, brincar, e que podem contribuir para fortalecer as suas habilidades. – Disse o passarinho.
-Como assim?! -Perguntou Pedro.
-Saiba que brincando, as crianças têm a possibilidade de expressar o que lhes vai na alma. Brincando, as crianças assimilam as coisas e consolidam a sua adaptação ao meio. Toda criança tem que ter intimidade com a brincadeira para que o aprendizado seja equilibrado. -Explanou o passarinho.
Pedro escutou, perplexo, a explanação do passarinho. Sentiu-se elucidado e exprimiu: – Agora percebo porquê os meus colegas estão sempre bem-dispostos.
-Pois é! Anda, vamos nos juntar aos outros e aproveitar o pouco que falta do recreio. – Propôs o passarinho.
Pedro aceitou o desafio. Ele e o passarinho foram bem acolhidos pelos colegas e brincaram, brincaram, brincaram, até ficarem fartos. E os recreios do Pedro deixaram de ser tristes e solitários.