O Pilão Mágico
Era uma vez dois irmãos que viviam juntos em um pequeno vilarejo. O irmão mais velho trabalhava duro o tempo todo, porém, o mais novo era muito preguiçoso e não procurava nada para fazer. Um dia, o irmão mais velho foi em direção às montanhas em busca de trabalho. Enquanto caminhava, um homem idoso surgiu à frente dele e lhe deu um pilão feito de pedra, do tipo usado para triturar arroz ou moer trigo para fazer farinha.
-Este é um pilão mágico que dará a você qualquer coisa que deseje - contou o homem.
Feliz da vida, o irmão mais velho correu para casa com o pilão, gritando:
-Por favor, me dê arroz. Precisamos de arroz - falando desse modo, ele enfiou o socador no pilão. De uma só vez, surgiram muitos e muitos quilos de arroz. Havia tanto arroz que ele distribuiu para todos no vilarejo.
-Isso é maravilhoso! Será de grande ajuda, muito obrigado! - disseram os aldeões, que estavam muito felizes. Todos, menos o irmão preguiçoso.
-Eu gostaria de ter esse pilão. Poderia usá-lo muito melhor - resmungou para si mesmo.
Um dia, ele roubou o pilão mágico e fugiu.
-Ninguém conseguirá me alcançar se eu puder chegar ao oceano - pensou, enquanto corria para o mar.
Quando chegou ao mar, o irmão preguiçoso encontrou um pequeno barco a remo. Ele o pegou e remou com toda força em direção ao alto-mar. Logo estava muito distante, bem no meio das ondas grandes.
Foi quando ele parou de remar e começou a pensar no que queria pedir ao pilão.
-Já sei! Gostaria de ter um monte de bolinhos doces e deliciosos - pediu o jovem enquanto batia como osocador dentro do pilão. -Dê-me bolo! Dê-me bolo!
Assim, montes de bolinhos brancos e deliciosos vieram rolando de dentro do pilão.
-Puxa! Como são bons! E que monte de bolinhos eu consegui!
O irmão preguiçoso comeu todos os bolinhos de arroz. Eram tantos, e tão doces, que ele começou a sentir vontade de comer algo salgado para tirar o sabor doce da boca.
Então, enfiou o socador dentro do pilão novamente e ordenou:
-Desta vez, me dê sal. Quero sal! Quero sal!
E assim saiu sal aos montes do pilão, muito branquinho e brilhante. E continuou vindo e vindo.
-Já basta! - gritou ele. - Tenho o suficiente. Pare!
Mas o sal continuou vindo e vindo, e o barco começou a encher e ficar e pesado. O sal continuou a surgir, e o barco ficou tão cheio que começou a afundar.
-Já basta! Já basta! - berrava ele, enquanto afundava.
Mas o pilão continuou produzindo mais e mais sal, mesmo no fundo do oceano, e continua fazendo isso até hoje. É por isso que a água do mar é salgada.