UMA GRANDE AVENTURA - V

Ao chegarem à tribo, o professor estava apavorado. Os outros alunos já tinham ido embora, os pais dos garotos estavam vindo para a floresta, juntamente com uma equipe dos bombeiros para localizar os garotos perdidos. Hikita se aproximou e contou ao cacique o que havia ocorrido. Havia um terrível castigo para quem descumpria uma ordem. Mas isso fica pra depois. Imediatamente, marcharam em busca dos dois meninos.

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Kevin chorava e abraçava seu amigo. Apesar do medo que estava sentindo, ainda era dia, ou pelo menos era assim que a maldição do tempo o fazia perceber. Conseguiu, com muita dificuldade, arrastar o amiguinho para a margem do riacho, já bem próximo da cachoeira.

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Pedro abriu os olhos. Estavam embaçados e levou as mãos para enxergar melhor. Sua visão foi ficando mais nítida, e notou que estava deitado em uma cama. Sua primeira visão foi de uma garota, que parecia ter sua idade, embora fosse um pouco mais baixa que as meninas da sua escola. Sorria para ele, docemente.

__ Não tenha medo Pedro, serei sua guardiã. Fique deitado até que você possa se levantar. Fique calmo, ninguém vai lhe fazer mal algum.

__ Onde estou?

__ A seu tempo vai compreender o que se passa. Por enquanto, descanse.

Enquanto dizia isso, o menino percebeu que não se tratava de uma menina da sua idade, mas sim, de uma mulher já adulta, que parecia ser médica ou algo parecido. Ainda sonolento, percebeu que alguém se aproximava e lhe aplicou mais um medicamento, para que sua transição fosse completada.

O corpo de bombeiros chegou à aldeia para iniciarem a procura aos garotos perdidos. O professor já estava à entrada da mata, mas preferiu aguardar os pais e os profissionais. Hikita e Tituba haviam garantido que não havia perigo, que os meninos estavam no rio, mas não era fundo. Estavam próximos. Quando adentraram dentro da mata, perceberam algo bem diferente, pois não precisaram dos equipamentos de iluminação. Estranhamente, era dia, o sol brilhava por entre as copas das árvores. Foi quando Kauaka balançou negativamente a cabeça, indicando que algo não estaria bom. Aos poucos, foi explicando para os visitantes sobre as maldições das pedras e do tempo, e que, provavelmente, os garotos teriam infligido as regras e os ensinamentos da tribo.

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Pedro acordava do seu sono profundo. Perdera a noção do tempo e não sabia há quanto tempo estava longe de casa. Olhou para os lados e não viu nenhum de seus amigos. Entendeu que, dessa vez, entrava sozinho numa grande aventura. Lembrava-se vagamente de entrar no riacho, não muito mais. Imaginou o que lhe teria acontecido e o que estaria acontecendo com seus amigos. Mas alternava entre estado de consciência e imaginação. Foi quando conseguiu levantar levemente a cabeça do travesseiro perfumado e observou pela pequena janela.

Correu-lhe um frio intenso pelo corpo quando, confuso, observou o que parecia ser uma imagem do planeta Terra que se distanciava.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 31/10/2017
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