O INCRÍVEL REINO DAS VICTÓRIAS-RÉGIAS

Era uma vez... Numa terra muito distante das outras cidades, duas garotinhas que eram irmãs, Virgínia e Mercedes, viviam felizes entre todos os habitantes do reino das Victórias-régias. O pai, o rei Victor, governava todo aquele lugar, onde todos eram felizes e conviviam harmoniosamente, até que um dia, esta harmonia foi quebrada pela chegada do irmão do rei, o Sr. Victoriano, ambicioso e invejoso, ansiava por tomar as terras de seu irmão e governar em seu lugar. Com toda a sua astucia e maldade, o Sr. Victoriano, ganhou grande aliada, a princesa Mercedes, ela, mais que seu tio, era malvada, arrogante, mentirosa, prepotente, bem como a queridinha de sua mãe a rainha Helena, ela era a filha mais nova e invejava sua irmã, a princesa Virgínia, herdeira do trono, sentia inveja porque além de Virgínia ser a sucessora do trono, era também a mais bela e querida de seu pai e de todos do reino, pois entre suas qualidades estava ser amável, bondosa, generosa e amiga de todos.

A princesa Mercedes e o senhor Victoriano planejaram uma emboscada para raptar o rei Victor e a princesa Virgínia. Então, quando eles retornavam de seu passeio dominical pelas ruas do reino das Victórias-régias foram surpreendidos por um enorme dragão feio e malvado quando atravessavam a floresta para chegarem ao palácio real. O fato de o reino ser um lugar calmo, pacato e tranquilo transmitia segurança, e o rei, bem como a princesa, caminhavam seguramente sem o acompanhamento do exército real. O rei Victor lutou contra o Dragão enquanto a princesa Virgínia corria em busca de ajuda, mas ao retornar com o exército real não encontraram o rei, e foi assim desde aquele dia. A princesa Virgínia e todo o reino choraram amargamente pelo que tinha acontecido, exceto sua irmã a princesa Mercedes que não aceitou o coroamento de sua irmã dividindo o reino em dois. Assim inicia a nossa história:

Era uma vez, dois reinos próximos, mas muito distantes das outras cidades, o primeiro, o Reino das Victórias-régias, regido pela bela e amável rainha Virgínia que era amada e respeitada por todos; o segundo, o Reino das Utricularia Reniformis, nome de uma planta carnívora que engana suas presas por ser bela e singela, mas devora quem se aproxima, nome que muito se aproxima da personalidade da rainha Mercedes, bela em sua aparência, mas má e perversa em seu interior.

No Reino das Victórias-régias, apesar do desaparecimento do rei, a atual rainha Virgínia fazia o possível para que todos fossem felizes, cantassem e dançassem alegremente dia e noite. No reino havia teatro, museus, zoológico, parques, hospitais (que raramente eram usados, porque raramente alguém ficava doente), excelentes escolas, muitas árvores, flores, era realmente um lugar maravilhoso, todos sentiam alegria em ajudar a rainha Virgínia a governar.

Enquanto isso no Reino das Utricularia Reniformis, mais conhecido como o Reino Sombrio, a rainha Mercedes mantinha uma vida luxuosa a custa de muito trabalho de seus escravos (como chamava seus servos), o lugar fedia, além de ser muito escuro e sombrio (tá aí o porquê do apelido do reino – Sombrio). A rainha do Reino Sombrio arrecadava impostos de seus súditos e investia tudo em seu palácio e em suas festas. Ela ostentava riquezas a custa do trabalho pesado e de péssimas condições de vida de seu povo, que ela nem chamava de “seu”. Sua cama era coberta de diamantes, seu piso banhado a ouro e suas paredes repletas de rubis. Enquanto isso, pessoas morriam doentes pelas calçadas das ruas sem assistência médica. Crianças, jovens e adultos não sabiam ler, pois lá não havia escolas. Diversão era uma palavra desconhecida. Todos eram amargamente tristes. Mercedes prendia em uma caverna um dragão feroz e faminto, o mesmo que usou para atacar a sua irmã e o seu pai. Também foi ao comando de Mercedes que o dragão atacou e devorou o seu tio o Sr. Victoriano depois dele tê-la ajudado a dividir e edificar o seu reino. Era com o auxílio dele que ela pretendia novamente avançar contra a sua irmã e tomar para si o reino das Victórias-régias, mas seus planos foram frustados.

Todo o ocorrido no Reino Sombrio chegou aos ouvidos da rainha Virgínia que ficou sensibilizada e decidiu, se necessário, até guerrear para vencer a rainha Mercedes e tornar o Reino Sombrio um lugar alegre e de paz, ainda que isso significasse guerrear contra sua própria irmã e contra sua própria mãe, já que esta decidiu ir morar junto com sua filha mais nova, a Mercedes. Então Virgínia convocou todo o exército real e transmitiu a todos o seu plano e seus objetivos, todos concordaram porque outrora o Reino Sombrio e o Reino das Victórias-régias eram um único reino, e sentiam saudades dessa época. Assim, escreveu Virgínia uma carta para sua irmã pedindo para que se rendesse e assim evitassem uma guerra. Mas Mercedes não aceitou a proposta e respondeu a carta informando que teriam de guerrear. Logo, Mercedes tratou de preparar o seu dragão e convocar todos os escravos para a guerra.

Virgínia, conhecendo a arma principal de sua irmã, a rainha Mercedes, decidiu atacar antes, mas um ataque diferente; o dragão fêmea que Virgínia possuía era doce e amável, assim como sua dona, que decidiu usá-la para conquistar o dragão feroz e faminto de Mercedes. A Dragoa foi então enviada à caverna do Dragão que cuspia fogo e fazia um ruído horripilante que estremecia a terra. A Dragoa ao chegar frente à caverna amedrontou-se e voltou voando depressa para junto de Virgínia, que a tranquilizou e decidiu não enviá-la mais, pois temia perder seu animal de estimação favorito. Convocou todo o exército que imediatamente pôs-se pronto e seguiram em direção ao Reino Sombrio, mas antes mesmo que saíssem do Reino das Victórias-régias foram surpreendidos pelo dragão que começou a cuspir fogo sobre todas as casas do reino, sobre a floresta, sobre o circo. Não sabiam como agir contra o Dragão, ele era muito forte e horrendo, as armas de todo o exército não eram capazes de destruí-lo. Virgínia sentia-se arrependida pelo que estava acontecendo, o seu reino estava sendo destruído.

Enquanto isso, lá no palácio real do Reino Sombrio, a rainha Mercedes começava a comemorar a vitória, ao seu lado estava sua mãe, Helena, mas esta não se sentia bem com o que estava vendo e começou a questionar o porquê de Mercedes está fazendo tudo aquilo, mas Mercedes não respondia, apenas sorria, gargalhava a mostrar os dentes, era tanta felicidade, ou melhor, era tanto ódio que sentia naquele momento que não se conteve, começou a xingar a todos, dizendo que eram imprestáveis, até mesmo a sua mãe que sempre esteve a seu lado. Todos se sentiam humilhados e inferiores com as declarações de Mercedes, mas também a temiam e por isso ficavam sempre submetidos às suas vontades. Mas naquele momento tomaram forças e decidiram dizer não pela primeira vez a rainha Mercedes. Saíram todos em direção ao Reino das Victórias-régias, caminharam pela floresta sombria e chegaram a um lugar sereno e de paz, estavam certos em crer que aquele era o reino de Virgínia. Ao entrarem pelas portas da cidade geraram pânico e tumulto, mas logo informaram que estavam em paz, não queriam guerrear, mas sim viver naquele lugar doce e feliz em paz.

No palácio, Virgínia, sem conhecimento do que estava acontecendo, lamentava, e decide ir à luta. Ao sair do palácio foi de imediato vista pelo Dragão que avançou em sua direção, ela logo sacou sua espada e iniciou uma luta contra o Dragão que conseguiu com suas garras capturá-la e conduziu-a para o alto céu. Todos viram, mas não conseguiram ajudá-la, ela continuava a lutar, mas sem sucesso. Lá do alto o Dragão soltou a rainha, todos viam perplexos o que estava acontecendo, até que antes de tocar o chão, a Dragoa decide superar seu medo e reagir, logo se lança em voo e consegue resgatar a rainha, ela sobe sobre as suas asas e juntas seguem na direção do Dragão e dão continuidade a luta, mas ao perceber que a Dragoa tratava de forma diferente aquela humana, o Dragão cessou o ataque e ficou contemplando aquela situação. Era a primeira vez contemplava uma expressão de um bom sentimento e uma boa atitude, pois até aquele momento só sofrera nas mãos de Mercedes; privação de alimentos e ausência de carinhos e bons tratos. Ele não conseguiu mais atacar, os seus olhos encheram-se de lágrimas pela primeira vez, ele não sabia o que era aquilo, nem que sentimento era aquele que o dominava, apenas parou. Logo em seguida regressou em direção à caverna, Virgínia e a Dragoa o seguiram, logo ele entrou em sua caverna, do lado de fora, elas ouviam gritos amedrontadores, um barulho de machucar os ouvidos, afastaram-se um pouco da entrada, pois o Dragão mais uma vez cuspiu fogo, em seguida, ele saiu da caverna e quando mais uma vez elas iriam atacá-lo, de suas asas desce o Rei Victor, desanimado e ferido, o Dragão o havia capturado a mando de Mercedes e do Sr. Victoriano, todos criam que ele estava morto, mas estava ali, vivo, apenas abatido, mais vivo.

Virgínia não se conteve de tanta alegria e correu em direção ao seu pai, o abraçou e percebeu que o Dragão era no fundo muito bonzinho. Regressaram para o Reino e todos os habitantes ficaram pasmados em rever o rei que criam que estava morto. Ao pousar o rei Victor de pronto viu a rainha Helena, ela correu para seus braços e logo pediu desculpas ao rei e a sua filha Virgínia por todo o mal que permitiu que Mercedes os fizesse. Por possuírem bom coração eles a perdoaram. Todos os moradores do Reino das Victórias-régias e do antigo reino Sombrio festejaram o regresso do rei e a vitória de Virgínia. Enquanto isso a ex-rainha Mercedes sucumbiu atordoada por seus próprios maus pensamentos. Mas a alegria pelo regresso do rei e a vitória de Virgínia sobre o Reino Sombrio, hoje extinto, foi suficiente para fazer todos os moradores superarem e esquecerem tudo o que havia acontecido até ali. Então festejaram dia e noite, por toda a vida. Fim!

Amanda Danielle Rocha e Luizinha Rocha
Enviado por Amanda Danielle Rocha em 04/01/2018
Código do texto: T6216247
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