CONCERTO DOS PASSARINHOS
Era dia de domingo começa a labuta para logo mais se reunirem para o concerto do sabiá e do curió.
A raposa apanhava flores enchia vasos espalhava pelo ambiente o papai raposo rachava lenha acendia o fogo vovô raposão colhia da horta os melhores legumes aquele dia tinha que ser perfeito enquanto a vovó raposa endomingava as roupas, engraxava os sapatos, corre no rio toma banho arruma o chapéu com laçarotes de fita coloca batom usa perfume impaciente grita que estão atrasados.
A raposinha toda serelepe corre daqui salta dali com os pelos bem lavados e penteados esperando a hora de vestir seu vestido com bordados de fios de ouro sapatinho de cetim e meinha cor de rosa. Queria logo era chegar à festa comer doces tomar guaraná e brincar com seus amigos.
Em outra parte da floresta a família do macaco também estava atarefada por exigência do majestoso carvalho tudo teria que sair perfeito e para isso cada um deveria fazer a sua parte.
As macacas bordam os vestidos os macacos de avental descascam batatas fritam pasteis engordura todo o chão.
O carvalho lá do alto do seu soberano galho com sua arrogante voz rouca esbraveja para que todos corram ou a noite engoliria o dia e a festa não começava.
Os passarinhos empolgados armava a orquestra os cantores afinavam o bico nas gotas de orvalho que caia das folhas.
No imenso jardim armado nas sombras do carvalho pendiam trepadeiras de flores trazidas com a ajuda dos beijas- flores, as andorinhas cuidavam de deixar todas bem arrumadinhas entre ramos verdes de palmeiras trazidas pelos gambás, a copa das árvores filtrando o sol refletia raios coloridos como se fosse um arco-íris dançando nas folhas do chão, os gafanhotos terciam com agilidade as malhas mágicas do tapete florido, o dia se abria em pétalas perfumando a festa, as borboletas com suas asinhas aveludadas e antenas empinadas atentas a tudo para que saísse na mais perfeita beleza eram as princesinhas da noite.
Ali era a família da floresta encantada um por todos como dizia o mestre senhor carvalho,
E cada um com sua sabedoria ensinavam as crianças: As formigas com suas habilidades mostrava como cortar as folhas da salada bem fininha. Os passarinhos afinavam os bicos mostrando a todas como cantar e encantar com a mais linda canção que poderia ser ouvida por toda a floresta encantada.
As abelhas envolvidas com talheres e panelas mostravam como fazer o melhor pirulito de mel. A andorinha ensinava o valor do amor e da união, o beija- flor dava uma lição de respeito à natureza, os sapos mostrava como fugirem rapidinho dos seus inimigos e assim deveriam usar a esperteza e rapidez. O girassol mostrava a importância de seguir a luz e nunca se perderiam na floresta.
Dona raposa dava os retoques finais, desamassa o laço do chapéu ajeita o decote, passa batom, nas bochechas , no pescoço coloca um colar de perolas que tão grande era e pesado que andava com o pescoço pendido.
O sapato apertava os dedos, sai mancando arruma a filha uma faixa florida na cintura vestidinho rodado sapatinho de pelos de coelho, e lá se foram já na festa a raposinha se solta da mão da mãe encontra os amigos brincam de gangorra nas folhas de palmeira sobem no pé chupam frutas maduras ficam emporcalhados, saem correndo floresta a dentro pegam carona nas asas do vento na floresta se perdem a festa continua só bem amanhecendo sentem falta dos pirralhos.
E como não existe floresta sem mistério nem aventuras sem bruxas e fadas. As crianças esqueceram as lições do girassol que sempre deveriam seguir a luz do sol para não se perderem, mas as descobertas estavam atraindo os peraltas. Já escurecia quando encontram dona aranha tricotando um casaquinho, pois logo teriam inverno e o frio congelava quem não estivesse bem agasalhado. Melhor correrem a procura de um lugar quentinho para passarem a noite, pois vem ai um temporal daqueles, disse dona aranha.
As turminhas por causa das travessuras perderam a festa não comeram os doces e ainda estavam perdidos sem saber como voltar para casa.
Melhor entrar nessa caverna e dormir disse a raposinha mostrando-se ser a mais esperta do grupo.
Autoria- Irá Rodrigues