A BORBOLETA BELINHA

Era uma vez uma franzina Lagarta, Belinha, que morava com a sua mãe, Dona Dora, no lindo Bosque das Borboletas, ela gostava de passear à noite pelas redondezas à procura de seu alimento preferido, as folhas das plantas. “Sabe-se que as Borboletas na forma adulta se alimentam do pólen e do néctar das flores, e têm hábitos diurnos, enquanto as lagartas têm hábitos noturnos e se alimentam das folhas das plantas.”

A esperta Belinha estava se arrumando para passear, ela era muito vaidosa gostava de pentear seus pelinhos e vestir-se com roupas coloridas, quando escutou sua mãe conversando com Dona Mariposa, sua vizinha:

- Mari, estou muito preocupada com a minha Belinha!

- Qual o motivo da sua preocupação, Dora? Eu acho Belinha tão disciplinada. Disse-lhe Dona Mariposa.

- Vizinha, o Inverno este ano será bastante rigoroso, muitas chuvas, frio, ventos fortes, relâmpagos e trovões e Belinha ainda não se transformou em pupa (crisálida), para ser uma Borboleta de verdade e assim, poder voar, procurar um abrigo e se proteger do clima congelante. Respondeu-lhe Dona Dora quase chorando de tanta preocupação.

- Dora, minha fiel amiga, não fique preocupada, pois Belinha já é uma mocinha e logo ficará adulta e se transformará. Tenha fé, querida! Disse-lhe Dona Mari.

A pequena Lagartinha ouviu atônita toda conversa da sua mãe, ficou muito assustada e triste. Ela correu, sem norte, desesperadamente pelo Bosque, não conseguia acreditar que poderia morrer congelada com o frio do Inverno, permaneceu correndo por horas, já cansada sentou-se em cima de uma folha e ficou lá pensativa: “Meu Deus, se eu não me transformar em Borboleta, como mamãe, não terei asas para voar e procurar um abrigo.” Ela ficou chorando sozinha, com medo do Inverno que logo chegará... A noite estava bastante escura, pois a lua ficou brincando de esconde-esconde com as estrelas no céu, as nuvens em tons de cinza já anunciavam os primeiros sinas da chegada das chuvas. Enquanto isso, a pequena Belinha soltava suspiros de tristeza. Logo, o silêncio foi quebrado pela voz suave da sua amiga Lia, que há pouco tempo havia passado pelo estágio da metamorfose e já era uma belíssima Borboleta azul. Ela se aproxima de Belinha e vai logo falando:

- Boa noite, linda Belinha! Por que você está tão triste? O que você faz tão longe de casa?

- Boa noite, amiga Lia! Estou muito triste porque ainda não sou uma Borboleta e, sendo Lagarta não posso voar, junto com minha mamãe, para procurar um lugar bem quentinho. Respondeu-lhe Belinha.

Sua deslumbrante amiga, a Borboleta azul, esvoaçou pertinho dela e falou-lhe com muito carinho:

- Belinha, não fique triste, disse Lia, coma bem folhas que logo você se transformará, em uma linda Borboleta colorida e será capaz de voar assim como eu.

- Uau, que felicidade! Exclamou Belinha. Então, vou comer bastante folhas das plantas, pois é o meu prato predileto. Eu quero voar!

Belinha, queria ser adulta para poder voar livre na companhia da sua mãe e, juntas dormirem em um lugar bem quentinho, para quando elas despertarem sugar o pólen das flores. Na verdade, Belinha queria esvoaçar pelos jardins na Primavera...

Uma certa manhã, mamãe Dora procurou Belinha por toda casa e não a encontrou. Assim, foi procurá-la na árvore do quintal e vê Belinha recolhida em seu casulo esperando para se transformar. Mamãe Dora ficou pensativa: “O Inverno já vai chegar, espero que minha filhinha se transforme logo em uma linda Borboleta, pois precisamos voar à procura de um abrigo para nossa hibernação, não posso deixar minha Belinha sozinha...”

O Inverno chegou e mamãe Dora precisava voar, já se passaram quase um mês que Belinha estava em seu casulo. Assim, Dora vai até a árvore na esperança de encontrar sua filinha transformada. Mamãe Dora se aproxima bem devagar e fica lá olhando. De repente, o casulo se rompeu e bem devagar vai liberando as asinhas de Belinha. Surgiu assim, uma magnífica Borboleta colorida esvoaçando no ar, era tanta leveza que mamãe Dora ficou a chorar, pois uma Borboleta colorida significava para ela um símbolo de alegria e felicidade. Assim, mamãe Dora cumprimenta sua filha:

- Belinha, minha filha, seja bem-vinda!

- Bom dia, minha mamãe! Agora sou uma borboleta, estou muito feliz e já posso voar. Disse-lhe Belinha sorrindo de tanta felicidade.

Assim, elas partiram para encontrar um clima mais quente, pois estavam fugindo do Inverno...

Já é Primavera e Belinha agora é adulta, irá se reproduzir, colocará seus ovinhos nas folhas das plantas, deixará de ser Belinha para ser mamãe Belinha...

É o ciclo da vida em renovação!

Elisabete Leite – 17/08/2018

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 05/09/2018
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