O AVISO

No sitio do seu José

Aviso:

Nenhuma galinha deve sair do galinheiro e ficar zanzando pelo campo, corre um boato de que a raposa ruiva anda aqui por perto.

Este foi um aviso colocado na porta do galinheiro onde viviam muitas galinhas.

Zezé por ser uma galinha que adorava sair pelos campos estava inconformada diante daquele absurdo ter que ficar presa.

-Eu sou uma galinha esperta e não vou dar mole para uma raposa esfomeada me pegar. Há, há, há... Gargalhou a galinha.

Agora não posso mais passear e nem sair do cercado. Que chato, completou fazendo bico.

-Calma! É só uns dias, logo a raposa toma outra direção e tudo volta ao normal. Falou o galo Zeferino.

-Se continuar aqui presa eu farei greve e não botarei ovos até que me deixem passear nos campos. Respondeu a galinha Zezé com cara de poucas amigas.

O dia passou, nenhuma ave poderia arredar o pé do cercado. No dia seguinte, Zezé acordou mais cedo, sairia antes que o galo resolvesse acordar todos com seu canto estridente, mas ao chegar à porteira outro aviso:

-A raposa foi vista rondando o galinheiro, continuem sem colocar o bico fora do cercado!

Zezé retornou mais chateada ainda e teve uma ideia:

-Que tal sairmos em grupo assim poderemos nos livrar mais fácil se por acaso a raposa aparecer, todos gritam e assim ela se assusta e sai correndo. Disse Zezé se sentindo confiante com a sua ideia.

-Pare de falar bobagens, com certeza uma do grupo não voltará para o galinheiro e sim para a pança da raposa- Disse o peru glu,glu,glu... Concluiu com seu canto...

Zezé inconformada foi falar com algumas das amigas e quatro delas resolveram ir até a beira do riachinho, era perto e com certeza não corriam perigo.

-Venham! Venham, não vamos perder tempo com esses avisos, vamos passear nos campos e logo estaremos de volta. Disse Zezé toda empolgada.

E assim as cinco saíram escondidas, ao chegarem ao riachinho viram que tudo estava calmo ciscaram, brincaram, encheram o papo de pequenos insetos e resolveram que era hora de retornar,

Zezé ficou para trás, - Se não querem ir passear nos campos azar delas, não vejo nenhum perigo e saiu escondida entre a vegetação antes que o grupo percebesse a sua falta e fossem avisar no galinheiro.

-Xiii... Onde foi a Zezé! Disse uma das galinhas.

-Ela estava bem atrás, respondeu a outra galinha, Vamos voltar sem que percebam que desobedecemos aos avisos e nada iremos falar do sumiço da Zezé, se ela foi sozinha que assuma os perigos.

E assim fizeram, entraram cada uma por um canto e tranquilamente começaram a ciscar no terreiro bem perto do curral das ovelhas.

Uma das galinhas chegou perto da outra e disse baixinho:

-Zezé desobedeceu ao aviso e se ela se meter em alguma encrenca, pior e se a raposa pegou a coitada! Exclamou a galinha mais nova.

-Não vamos pensar no pior, sabemos que a Zezé é ousada e não obedece ninguém, atrevida como é nenhuma raposa vai se atrever a chegar perto. – Disse uma das amigas.

Enquanto isso, na floresta Zezé passeava toda feliz; - Oba! Darei uma volte pelos campos como sempre faço, pensou batendo as asas de felicidades.

De tão feliz nem percebeu que já tinha andado mais do que deveria se distanciando muito do galinheiro.

De repente, percebeu o mato se mexer e viu de relance a raposa passando em direção ao riacho, com certeza estava indo beber água. Pensou Zezé ficando quietinha e se escondendo numa moita de capim, assim não seria vista por aquela raposa esfomeada.

Passaram-se alguns segundos nem ao menos respirava, quando resolveu colocar a cabeça de fora e naquele momento suas pernas fraquejaram as penas se arrepiaram a raposa estava parada de costas para ela e com certeza havia farejado o seu cheiro. O medo era tanto que Zezé foi andando de costas pé, ante pé na esperança de poder escapar com vida.

Nem percebeu que estava andando para um precipício e só percebeu o perigo horas depois quando acordou lá embaixo com uma asa quebrada e um enorme machucado na cabeça, ainda bem que não sangrou ou desmaiaria de tanto ter medo de sangue.

Tentou levantar, estava tonta, olhou a sua volta e viu que estava perdida, não conhecia aquele lugar.

-E agora! Eu não sei onde estou assim toda machucada o que vou fazer, morrer aqui a mingua. Começou a chorar arrependida de ter saído da segurança do galinheiro.

-Zezé chorava, implorava para que aparecesse ajuda menos a raposa é claro..

As horas se passavam, muito arrependida juntou as asas e começou a orar:

-Senhor protetor dos bichinhos indefesos, eu errei em ser desobediente, me desculpe. Agora Senhor, eu estou sozinha nesse lugar que nem sei onde fica no fundo de um despenhadeiro com a asa quebrada e a cabeça machucada, me ajude a chegar ao galinheiro de onde eu nunca deveria ter saído. Eu prometo nunca mais sair sozinha.

Após horas de medo e desespero Zezé se levantou cheia de coragem, se sacudiu para retirar as folhas secas grudadas em suas penas, foi quando ouviu um movimento brusco bem as suas costas.

-Vala-me Senhor dessa vez eu não escapo, é a raposa- Gaguejou sem coragem de abri o bico.

Dessa vez não foi a raposa e sim um urubu que se sacudia pousado ali pertinho num galho caído.

-O que uma galinha está fazendo aqui tão longe do galinheiro e justo no fundo do despenhadeiro?- Perguntou o urubu.

-Eu estava passeando, quando vi a raposa ali pertinho sem perceber caí aqui embaixo, agora não sei o que fazer, nem sei em qual direção está o galinheiro. -Me ajude senhor urubu. Ou será que também veio aqui me devorar. Perguntou tremula se encolhendo.

-Calma! Pare de fazer escândalo, eu não como animal vivo, de mim você está salva. Respondeu o urubu. Posso levar você até perto do cercado, mas aprenda a lição de que nunca mais deverá sair por ai sozinha ou um dia pode não voltar para contar as aventuras. Aconselhou o urubu.

-Então vamos- Soluçou a galinha, todos devem está achando que fui devorada pela raposa. Completou Zezé.

Os dois partiram, Zezé andava com dificuldades devido aos machucados. Realmente todos no galinheiro oravam pala alma dela , achavam que pelo tempo que estava sumida com certeza já havia sido morta e devorada .

-Olhem! É a Zezé chegando, corram a pobre está mancando, gritou o galinho garnisé trepado no alto do galinheiro.

E foi aquela correria misturada com alegria, no momento iriam cuidar dos machucados da amiga depois queria saber de todas as aventuras.

O galo Zeferino chegou perto: Estamos felizes com a sua volta, mas terá que nos explicar muito bem tudo que aconteceu para que volte nesse estado. Concluiu alisando a cabeça de Zezé.

A pobre desobediente apenas soluçava e foi se deitar depois de ter recebido os cuidados com os seus machucados.

No dia seguinte, todos acordaram cedo, mesmo com Zezé ainda dolorida não deixariam de fazer uma festa de agradecimento ao senhor por ter protegido e trazido a amiga de volta.

E assim Zezé aprendeu a lição de que a desobediência pode trazer consequências graves.

E todos voltaram a ser feliz, a raposa tomou outro rumo e livres poderiam dar seus passeios pelos campos, agora tendo mais cuidado e obedecer aos avisos.

autoria- Irá Rodrigues

Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 27/10/2018
Código do texto: T6487716
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