A raposa marqueteira e o macaco Felício

A RAPOSA E O MACACO FELÍCIO

O dia na floresta amanheceu barulhento, muitos comentários entre os animais. Uma raposa muito astuta dizia ter poderes e ser capaz de fazer milagres. Tinha reunido os animais e explicava a todos que a partir daquele dia não mais haveria ali, derrubada de árvores nem incêndios na floresta, os rios não seriam mais poluídos, a comida seria farta para todos e não seria mais necessário sair para caçar arriscando suas vidas, pois a comida seria trocada por pepitas de ouro encontradas na floresta e por estes motivos merecia ser o novo rei das selvas.

A raposa foi aplaudida por a alguns animais apesar de se mostrarem surpresos com as promessas, o rei leão de longe apenas ouvia o discurso e o macaco Felício desconfiado não acreditava nas palavras da raposa.

Todos os animais foram convidados a seguir a raposa pela floresta e quando se aproximaram de uma árvore muito alta de folhagens verde, pediu que todos ficassem em silêncio e seguiu sozinha, colocou suas mãos espalmadas sobre o tronco, sussurrou algumas palavras e pediu que todos se aproximassem e do alto da copa da árvore caiu uma chuva de pepitas de ouro e o que se viu foi aquela correria dos animais para pegarem as pepitas e os gritos de milagre, milagre.

A raposa satisfeita com seu feito afirmava que ainda tinha coisas para mostrar e provar sua capacidade de ser o novo rei das selvas. Enquanto todos seguiam a raposa, o macaco Felíciontrigado ficou de longe observando aquela árvore sem acreditar no que tinha acontecido. Depois que todos tinham sumido na mata, para surpresa dele, descia da árvore um camaleão com uma sacolinha de pano amarrado no pescoço. O camaleão desceu da árvore e seguiu pela mata sem deixar ser visto pelos outros animais. O macaco Felício acompanhava o camaleão de cima das árvores esperando o momento certo de capturá-lo. No momento em que o camaleão parou para descansar, Felício pulou sobre ele e depois de imobilizá-lo, amarrou e o colocou nas costas e foi encontrar a raposa e os outros animais.

O macaco já os encontrou próximo a curva de um rio, no momento que a raposa em cima de um tronco de árvore enaltecia suas qualidades e pedia que todos entrassem nas águas do rio que naquele momento, mais um milagre seria realizado e ordenou que com a correnteza do rio viessem muitas pepitas de ouro e outras pedras preciosas. E todos saíram em disparada em direção as águas do rio, muitos caíram e foram machucados pelos outros animais, enquanto alguns já saíam com pepitas e pedras preciosas nas mãos e jogavam para cima, eufóricos e gritando: agora não precisamos mais trabalhar nem caçar, temos riqueza para comprar comida, viva seu raposão o novo rei das selvas. Outros mais entusiasmados, jogavam a raposa para o alto entre gritos de aprovação.

O macaco Felício escondido atrás de um arbusto e já desconfiado do que estava acontecendo, deixou o camaleão amarrado e foi caminhando próximo a margem do rio até encontrar sentado num lajedo, um sapo com uma sacola branca jogando pepitas e pedras preciosas nas águas do rio. Procurou até encontrar uma rama de mato, fez um laço se aproximou e conseguiu laçar o sapo e amarrá-lo.

A raposa fazia seu discurso de posse como novo rei das selvas, protetor dos animais, águas e plantas, quando surgiu na frente de todos o macaco Felício segurando com das mãos o sapo e o camaleão e na outra as sacolas de pedras preciosas e gritou: É mentira, é tudo mentira, essa raposa é uma trapaceira, ela não faz milagre nenhum, as pepitas que caíram da copa da árvore, foi este camaleão farsante, camuflado entre as folhas que jogava as pedras do alto da copa da árvore e as pedras encontradas no rio, era este sapo trapaceiro escondido nos lajedos que jogava as pedras preciosas nas águas do rio, tudo para nos enganar e ser o rei das selvas. Vamos expulsar estes farsantes destas terras.

O sapo e o camaleão foram jogados na correnteza do rio e levados para muito longe dali e a raposa sumiu na mata correndo sendo perseguida pelo leão, o verdadeiro rei da floresta. A vida na floresta voltou ao normal e um herói reconhecido por todos os animais, o macaco Felício.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 30/10/2018
Reeditado em 31/10/2018
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