A MENINA E A JOANINHA
No meio da floresta um lindo jardim todo encantado com flores e em cada flor um beija-flor posava, joaninhas e borboletas se misturavam no bailado de asinhas empinadas, tudo ali era calmo até que um dia algo estranho aconteceu:
Uma garotinha que brincava entre os canteiros de flores encontrou um vaso de barro, resolveu chegar bem pertinho e para a sua surpresa lá dentro dormia um lindo passarinho de penas escuras e alaranjadas no peito. Ao ver a garotinha o pequeno passarinho abriu os olhinhos esticou as perninhas sacudiu as asinhas e ficou de pé.
A garotinha muito carinhosa, logo convidou o passarinho para passearem no jardim,
Prontamente o passarinho aceitou o convite e num salto pousou no ombro da garotinha que olhou encantada para aquele bolinho de penas coloridas.
Como a casa da garotinha ficava em um bosque florido ela então saiu cantarolando com seu novo amiguinho e sem perceber andaram tanto que se distanciou do jardim, logo o céu escureceu a chuva caiu forte, o desespero tomava conta, já estava anoitecendo e se não corresse poderia se perder, lembrou-se da sua mãe que deveria estar desesperada com o seu sumiço e começou a correr de volta para a proteção da sua casa.
Foi quando apareceram vários vaga-lumes:
- Venha garotinha nos siga ou se perde a chuva está engrossando logo o riacho se enche e não poderá atravessar, a garotinha pegou o pequeno passarinho colocou no bolso do seu vestido e seguiu os vaga-lumes que iluminavam o caminho mais perto.
- Vamos garotinha se apresse aqui é muito perigoso e logo teremos que apagar as nossas luzinhas ou seremos devorados por um esfomeado noturno- Alertou os vaga-lumes.
A garotinha disse quase sem folego:
- Estou molhada e cansada, me digam se estamos pertinho de casa?
Os vaga-lumes nada responderam, pois já estavam exaustos e não queriam deixar a garotinha sozinha então seguiram apressados fazendo com que ela corresse.
Quando as luzes da casa apareceram os vaga-lumes vendo que a garotinha estava salva e com segurança retornaram para suas casinhas. Já viveram aventuras demais para aquela noite melhor descasarem.
Quando ouviu a voz do pai lhe chamando correu como se criasse asas nos pés e sentiu que alguém a segurava entre os braços, a garotinha foi levada para dentro da cozinha onde estava quente devido o fogão de lenha que crepitava deixando suas chamas aquecer a casa.
- A gora mocinha vá tomar um banho depois venha comer, ai com certeza terá muito que nos explicar disse a mãe, feliz pela volta da sua garotinha e surpresa com aquela aventura.
A garotinha ao chegar a seu quarto foi logo colocar seu amiguinho num lugar bem quentinho, o bichinho estava tremendo de frio. Como não existia gaiolas ali na casa pois seus pais eram contra a aprisionar os passarinhos, mas como deixar aquela criaturinha sem cuidados, então pegou a sua casinha de bonecas colocou água e farelos de pão, ali com certeza ele teria uma noite agradável e na manhã seguinte levaria de volta ao lugar onde o encontrou.
- Fico triste em ter tido coragem de tirá-lo da sua aconchegante casinha. Disse ela alisando as peninhas molhadas do pequeno passarinho que a olhou com olhinhos cheios de meiguice como se dissesse: Você não tem culpa.
  e assim os dois tiveram uma noite de belos sonhos.
Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil