A MAGIA DO PÉGASO

Era uma vez um menino chamado Pedro que todo mundo, menos sua mãe, chamava de garoto sonhador. Mas ele dizia que se chamava de Perseu porque ele era completamente apaixonado pelos seres mágicos de diversas naturezas que existiam na Mitologia Grega, em especial pelo Pégaso (Cavalo alado símbolo da imortalidade). O garoto vivia devorando qualquer livro de história que falasse sobre o assunto, sempre em busca de mais aprendizado. O menino Pedro sonhava acordado, como qualquer outra criança e, o seu maior sonho era viajar no tempo e conhecer de perto Pégaso e poder voar com ele em busca de aventura...

Sua mãe, Maria Edite, não gostava que seu filho fosse chamado de sonhador e ela fazia toda questão de chamar o garoto pelo nome completo, Pedro da Silva, porém não adiantava muito, pois o menino vivia sonhando acordado pelos quatro cantos da casa ou em cima de uma árvore que ficava no fundo do quintal. Sua mãe gritava bem alto para que toda vizinhança ouvisse:

- Pedro da Silva, venha cá, por favor! Desça dessa árvore, agora!

O menino ouvindo os berros da sua mãe saia correndo ao encontro dela e procurava tapar o sol com a peneira, sempre uma desculpa para justificar sua atitude. Pedro se aproximou da mãe e falou:

- Mãe, eu estava estudando, fazendo as tarefas escolares. Não precisava gritar tanto!

- Pedro da Silva, deixe de mentiras, você estava em cima da árvore com aquele livro de sempre, o que tem um cavalo com asas na capa! Exclamou dona Edite.

- Cavalo com asas! Poxa mamãe, quem anda sonhando é a senhora!

- Deixe de conversa fiada, Pedro da Silva, o almoço já está servido! Favor, lavar suas mãos!

O garoto saiu correndo sem nem olhar para trás, pegou o livro que estava escondido por trás da moita no quintal e coloco-o na mochila da escola, lavou suas mãos e foi almoçar...

Certo dia, o garoto sonhador saiu mais cedo para ir à escola, na esperança de ficar lendo na biblioteca enquanto começava o novo turno. Ele saiu sonhando pelo caminho afora, viajava na sua imaginação, parecia até que flutuava no ar... De repente, abriu-se, a sua frente, a visão de um portal, que dava passagem a um novo caminho, ele ficou deslumbrado com o cenário; assim, em um passe de mágica, surgiu uma ponte suspensa no ar, era adornada por flores de diferentes tipos e cores: rosas, papoulas, madressilvas, margaridas e jasmins. Por entre ramos e flores, ele avistou uma luz incandescente, que ilumina o centro daquele deslumbrante jardim. Ele Aproximou-se bem devagar e, notou que tinha um cavalo todo branco pastando exatamente naquela relva verdejante; diante a esse cenário fascinante o menino Pedro fechou e abriu os olhos, pois pensava que era uma miragem, mas o cavalo continuava pastando divinamente e a sua magia tornava o ambiente encantador. Logo, o garoto ficou quedado pensando: “Oh Perseu, será o Pégaso!” Ele falou consigo mesmo e, se aproximou mais ainda daquela figura fantástica. O magnífico cavalo sentindo a presença do garoto flutuou no ar e abriu duas asas enormes. Pedro vendo aquele grande espetáculo suspirou bem alto e falou:

- Uau, que maravilha da Mitologia Grega! É mesmo o meu mágico Pégaso! E ele apareceu para mim!

O cavalo Pégaso desceu até o chão e cumprimentou o seu Fã número um. Ele dobrou as duas patas dianteiras em sinal de respeito e confiança; curvou-se para que o menino sonhador pudesse subir e saiu de galope em galope até voar, para que eles, Perseu e Pégaso, pudessem cruzar muitos horizontes. Pégaso flutuava em uma leveza maior que a alma, rodopiava, rodava, girava em um valsar de grandiosa magia. O garoto sonhador não desgrudava o seu olhar da imensidão da Natureza, ele tocava com os dedos as nuvens que cruzavam o céu de um canto a outro, ficou em pé no lombo do novo amigo alado e abriu os braços como se, também, estivesse a voar. Assim, eles passaram próximo ao sol, o astro rei abriu aquele sorriso brilhante e reluziu no espaço. De repente, o garoto Pedro se sentiu tonto e tudo escureceu... Ele de longe ouviu os gritos da sua mãe chamando por ele:

- Pedro da Silva, desça dessa árvore, já! Você perdeu o horário da escola! Vá tomar seu banho para jantar!

- Estou indo agora, Mamãe!

O garoto não tinha argumento e nem sabia explicar o que havia acontecido. Ele apenas pensou: “será que foi um sonho, tudo parecia tão real”. Pedro olhou para seu braço e viu uma rédea colorida enrolada em sua mão direita, somente ele sabia que não tinha sido um sonho. Ele foi até o quintal pegou o livro que estava escondido por trás da moita e guardou-o na estante. Pedro agora já não precisava mais dele.

Assim, a Magia do Pégaso contaminou o Garoto que não era mais um Sonhador.

Que a Magia da Vida contamine a nossa alma.

Elisabete Leite – 25\04\2019

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 27/04/2019
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