Ôooo coitado!

Ôooo coitado!

Talvez, absorto em seus pensamentos, por falta do que fazer, pensava tanta coisa sem nexo...

Na realidade queria mesmo estar longe daquele lugar...

Uma confusão de sons interrompiam seus devaneios...as vacas estavam loucas ou era ele o louco...

não paravam de mugir ou eram assim todos os dias?...uma melodia lacônica!...talvez combinasse com seus pensamentos, poderiam formar um dueto, ele ali e elas lá...

E o quase vento, onde entraria no contexto?...seria mero coadjuvante na mistura de sons nada harmônicos ou apenas levava e trazia ajudando a composição...

De que adiantava querer entender se nem mesmo sabia o que estava se passando...estaria mesmo ali ou o sol quente estava brincando?...

Bem que os coqueiros poderiam ter dado coco, uma água gelada não seria mal...

Ensaiou levantar...ir até a geladeira pegar um suco...ficou com medo de perder o tom...ficou onde estava...

As vacas não paravam de mugir, deviam ter perdido suas crias...

Não parava de pensar...que coisa mais sem nexo...protesto!

Num mudo protesto, adicionou à companhia os pássaros, afinal estavam ali marcando presença... agora formariam um terceto.

Puxa vida...eram mais de seis horas e o sol não desconfiava ...será que perdera a noção? o dia se perdeu na noite, ou foi a noite que se perdeu no dia...que importa...pra ele tanto fazia...

Puxa, que sol forte!

Se levantou sem pressa...de que teria?...tirou a camisa, se atirou na água fria do lago...

Xiiii...refrescou...onde foi parar a rima? se perdeu na voz do peão...

Ôoooo...lá vai ele juntando o gado...sem fantasia coitado...

Cássia Vicente

JataíGO/180106

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