Velez
As manhãs não amanheciam nos céus de Velez. Há muito os fogos brilhantes do sol caíram pelos trilhos e sumiram das vistas da cidade.
Chegaram os ventos. Levaram os varais para dentro dos olhares, para o fundo das retinas. Então, em mais uma manhã fria, doente, Velez enxugou os coágulos do sereno. Misturou carne, músculo e laço. E do impreciso das horas povoou imagens com uma paixão repentina.
O poste de luz, silencioso em sua luz apagada, desprendia-se como pó em sua curva de metal cansado e velho.
Velez morria e não deixava lembrança. Os trilhos não iam para lugar algum, e a chuva molhava os restos dos ossos.
Velez estava dentro da sombra e a sombra era o furacão