Sobre duas portas estreitas
Surgiu em uma família paulistana de classe média alta, uma menina robusta e salutar, chamada Elizabete Maria.
Ela cresceu, estudou, se formou em administração, trabalhou com vigor e venceu. Como empresária de sucesso construiu uma vida repleta de privilégios. Sua realização era a fama, a riqueza e a enorme contribuição para o crescimento econômico da cidade. Não conquistou amigos, mas viveu cercada de pessoas por todos os lados. Logo, tornou-se de um país inteiro a minoria.
Passaram-se cinco anos e a crise a desmontou vagarosamente, levando Elizabete à falência.
Tendo perdido a maior parte dos bens alugou um casebre na periferia, onde confrontou a miséria da população. Diante disso resolveu lutar contra toda injustiça social, em favor da sociedade e dela mesma.
Contudo, parecendo persegui-la a má sorte, não conseguiu apoio algum, porque todos tinham medo de enfrentar o poder. Ficaram acomodados.
Assim não fez amigos e era novamente a minoria de um país inteiro.