DEFUNTO VIVO... Série: Figuras de Poções...

Série: Figuras de Poções...

Já conheci o PASCOAL CHIAPETA bem idoso. Ele era muito amigo do meu pai. Amigo e patrício.

Lembro-me da noite em que bateram à porta da nossa casa para avisar da sua morte súbita.

O velório foi logo iniciado e o enterro marcado para a tarde pois ele morrera na madrugada.

Contou-me minha mãe que cerca de 10 horas da manhã a família e os amigos rezavam ao redor do caixão que permanecia aberto, o defunto coberto de flores, muito choro e palavras desesperadas da viúva, D. Marianina Chiapeta.

Em dado momento, Pascoal senta-se no caixão com toda a pompa e fala em tom médio em sua língua pátria: \"bom giorno\"... Ninguém ficou para assistir o restante e minha mãe contava que, ao aproximar-se da casa do de cujus deparou-se com uma correria tremenda ladeira abaixo e a professora Alzira (que era bem negra) pálida e de sapato alto lhe gritava - Corra Didi, que Pascoal levantou-se do caixão...

Este foi, talvez, o primeiro caso de catalepsia registrado (a tempo) na nossa centenária cidade.

Dois anos após, novamente a noticia da morte de Pascoal. E no velório, D. Marianina rogava-lhe: - Ritorna Pascoalino, ritorna a me, te vóglio bene. E nada. Aconselharam o protelamento do sepultamento e nada. Até que alguns sinais de decomposição fizeram com que o corpo de Pascoal Chiapeta fosse para o cemitério.

Depois do enterro, entretanto, restou esta lenda entre os menos esclarecidos: que teria feito Pascoal ressuscitar?

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 30/07/2005
Reeditado em 01/05/2006
Código do texto: T38987
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