O PONTO

Tenho medo, medo dessa luz que teima em me iluminar quando tento, por sobre ela, enxergar em vão. Os olhos úmidos atrapalham! Me elevo para sentir a pequena luminosidade que, em forma de ponto, aquece o centro da palma da minha mão. Estranho!... Estranho a minha vontade, estranho ao meu querer, mas ergo meus braços para, num impulso, ir de encontro à luz. Transpasso, e sinto, sinto na ponta dos meus dedos o vento, sinto na pele calafrios. Fecho os olhos para que meus lábios se abram num único sorriso, antes que a claridade, feito luz, me reduza a pó.