O Natal de Noel

Não por ocaso, ou por distração, o seu nome era Noel e o seu maior desejo era transformar-se num alegre, gorducho e rosado velhinho barbudo, capaz de imprimir sorrisos transbordantes nos rostinhos infantis.

Só que havia um pequeno detalhe: Noel era esquálido, raquítico devido ao seu minguado estilo de vida.

Porém, para as maiores dificuldades nada como uma mente brilhante - o que não faltava ao jovem Noel.

Primeiro, pensou em fazer uma mudança radical no antigo padrão de um robusto papai noel e criar um novo personagem mais light, saudável, moderno e políticamente correto. Tal um frequentador de academia, muito comum nos dias atuais. E aí surgiu a dúvida, talvez sua ideia não agradasse muito, por ser muito inovadora.

Então, resolveu apelar para a emotividade popular já exacerbada com o clima natalino, que nos deixa mais vulneráveis e sensíveis.

Assim, traçou um plano infalível: O RAPTO DO BOM VELHINHO quase às vésperas do Natal. O que atrairia a mídia para o comércio local e ainda justificaria a sua excessiva magreza.

- "Coitado, foi a dureza do cativeiro. Muita fome fome e maus tratos." Alegariam os leitores. E tudo estaria resolvido.

Tudo daria certo, não fosse o concorrente local, de um novo shopping moderno, apresentar um simpático e tradicional papai noel: Gorducho, alegre e ainda acompanhado de autênticas renas importadas da TERRA DA FANTASIA, para a alegria da gurizada.

E o jovem Noel? Como ficou a essas alturas?

Mais uma vez contentou-se em alegrar a todos da sua família que se divertiam com aquele pálido e POBRE PAPAI NOEL,...

Sem barriga, mas cheio de Bom Coração.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 14/12/2017
Reeditado em 25/11/2019
Código do texto: T6198906
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