A Máscara dos Dias

Ele não sabia o que era aquilo que lhe apertava o pescoço e o fazia sentir a fragilidade inerme do abandonado... tantas expectativas frustradas... tantas lágrimas buscando conclusões e achando apenas o desconhecimento do porquê de ter que sofrer e estar além... Era doloroso admitir que era ele mesmo quem se torturava com o açoite da fraqueza, não merecera a confiança que alguém havia depositado em suas palavras e ações... ele se olhava e não sabia o que via...

“Talvez minha agonia passe quando me render à corrente do eterno... acho que insistir é me persuadir a acreditar ser confiante quando por dentro estou estilhaçado... consumido... Quisera eu não ter conhecido o que senti...”, ele pensava.

“Amor ou dor?”

Seta que perfura...

Muitos dizem que vem como flecha, para ele foi com um sorriso... e tudo havia mudado até o presente de tudo... a distância... incerteza... fruto que havia sido plantado com as sementes das pequenas falhas amontoadas sobre todas as palavras quebradas. Rompido estava o selo que tornava tudo único e inabalável... o castelo balançava sobre o pântano da mágoa infligida em quem por inteiro o amara... ele sabia que perdia o tesouro que lhe fora permitido buscar... encontrar e...

... descobrir a luz... viver pelo outro... perceber que sem amor... mascara-se o choro...

“Não sei o que faço... isso é só embaraço... o que refaço, é meu próprio passo...”, ele pensava, e acreditava...

O amor é um laço? Ou a dor?

Se olhando no espelho, ele desconhecia a própria face... mas enxugava as lágrimas... tudo é só fase...

Edgar Lins
Enviado por Edgar Lins em 19/09/2018
Reeditado em 20/09/2018
Código do texto: T6453764
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