Os anjos que encontramos na terra

Ele é um jovem sonhador que busca incansavelmente uma felicidade que já há nele. Repousar sobre a cama depois de um dia exaustivo tem sido corriqueiro a ele, que ao sorrir, irradia mundos que não imagina alcançar.

A gente costuma acreditar que os anjos são abstratos, que são inalcançáveis, que jamais viriamos um, no entanto, eles são acessíveis e nos cercam, é preciso que saibamos perceber os sinais de Deus ao colocá-los em nossas vidas. Algumas vezes é aquele amor que foi diluído no tempo, outras vezes é um amigo, um entequerido, qualquer pessoa pode ser um anjo em nossa vida, nós só precisamos perceber.

Aquele jovem citado no início não é necessariamente um anjo, sua mãe talvez o seja. Ela, uma senhora que tem por volta seus 61 anos, um tanto debilitada, mas amada. Uma senhora que eu nunca vi, mas, certamente, é um anjo cuidada por anjos. Em tempos de guerra, o filho que se dispõe a cuidar dos pais na hora da enfermidade, ainda que não admita, deve ser considerado anjo.

Eu também nunca o vi, mas das poucas palavras que trocamos, fui capaz de perceber a grandeza desse Preto - ele é chamado assim pelos amigos - que se dispõe a cuidar da mãe.

Ele nem imagina, mas inspira. De longe, me fez perceber que o real valor estão nas coisas pequenas, no chegar cansado e dormir no sofá, ao lado da mãe, porque ela pode precisar de alguma coisa na madrugada.

Ser um bom filho e não expor, dedicar-me, ter tempo para os amigos e sorrir enquanto se caminha sobre espinhos. Não jugar a felicidade do outro é abrir os olhos para percebe-lo, percebe-lo é reconhecer seus sacrifícios, ver sua disposição em fazer o bem sem nada querer em de volta. É, Preto, obrigado por me fazer perceber o real sentido do amor, a aprender o que é de fato amar, amar sem medir esforços para ver bem. O bebê é seu, mas a inspiração é nossa. Obrigado por ser um anjo ao dividir esse excerto de vida. Que a felicidade brote a cada manhã e que tudo valha a pena em sua vida. Anjos estão a nossa volta, é preciso que queiramos percebe-lo.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 15/11/2018
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