Último dia na Terra.
Em meu ultimo dia na Terra, fui uma mistura de tempestade e calmaria.
Aquele medo dos trovões que antes fazia parte de mim, já não tinha mais, dançava junto aos raios.
A calmaria sempre esteve ali, consegui senti-la com mais intensidade, ao passo que o vento transpassava meus cabelos, enquanto escutava aqueles rocks dentro do carro, deixando a paisagem passar.
Cantei, como se ninguém estivesse escutando. Filosofei aos sete mares, sem medo de estar errada.
Me senti a mais inteligente de todos os estúpidos. Comovia os crentes e os convertia em descrentes, naquelas crenças que só afastam as pessoas.
Convenci a todos que o melhor dos mundos era aquele sem governantes. Fui a rainha do mundo em meu último dia na Terra.
Curei as guerras, curei a necessidade de violência com amor, dei paz a todos no mundo. Destituí todos os presidentes, em uma reunião com direito a chá. Era a nova governante em um mundo em que as únicas leis eram os fundamentais direitos humanos. O amor reinou junto comigo.
E ao final do dia, a morte pegou a minha mão, e tudo acabou em um doce suspiro. Aos poucos os mares invadiram, com delicadeza, cada canto do mundo, ninguém sofreu. O ciclo acaba, para um novo começar.