Último dia na Terra.

Em meu ultimo dia na Terra, fui uma mistura de tempestade e calmaria.

Aquele medo dos trovões que antes fazia parte de mim, já não tinha mais, dançava junto aos raios.

A calmaria sempre esteve ali, consegui senti-la com mais intensidade, ao passo que o vento transpassava meus cabelos, enquanto escutava aqueles rocks dentro do carro, deixando a paisagem passar.

Cantei, como se ninguém estivesse escutando. Filosofei aos sete mares, sem medo de estar errada.

Me senti a mais inteligente de todos os estúpidos. Comovia os crentes e os convertia em descrentes, naquelas crenças que só afastam as pessoas.

Convenci a todos que o melhor dos mundos era aquele sem governantes. Fui a rainha do mundo em meu último dia na Terra.

Curei as guerras, curei a necessidade de violência com amor, dei paz a todos no mundo. Destituí todos os presidentes, em uma reunião com direito a chá. Era a nova governante em um mundo em que as únicas leis eram os fundamentais direitos humanos. O amor reinou junto comigo.

E ao final do dia, a morte pegou a minha mão, e tudo acabou em um doce suspiro. Aos poucos os mares invadiram, com delicadeza, cada canto do mundo, ninguém sofreu. O ciclo acaba, para um novo começar.

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 20/04/2019
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T6628121
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