Praia da Mariana - parte 3

Mariana levantou-se cedo, fez um café, pegou uma xícara do líquido quentinho e foi até a varanda. O dia estava maravilhoso, o céu mostrava um horizonte límpido, sinal de que o dia seria típico de verão e isso a animou a entrar e colocar o biquíni novo que comprara antes de se mudar. Seu corpo era esguio, por sorte o tempo e o fato de ter passado por duas gravidez, não lhe tiraram a beleza física, continuava, e talvez até tivesse se tornado ainda mais, bela. Seus cabelos eram pretos e de tamanho médio, caía suavemente por sobre seus ombros em mechas onduladas. Pegou sua canga e dirigiu-se à praia.

Ainda era cedo e a praia estava vazia, poderia desfrutá-la sozinha e admirar cada pedaço daquela areia branca e macia cercada de um mar de águas bem claras verde-azuladas, deixou que a água beijasse seus pés, estava gelada. Resolveu esperar mais um pouco para se molhar, iria dar uma boa caminhada.

Não sabia bem o quanto tinha andado quando avistou um vulto vindo em sua direção; a princípio pensou em dar meia volta e sair correndo, depois, pensando bem, de nada adiantaria, não era boa em corridas e logo seria alcançada. Resolveu parar e esperar, fingindo admirar o mar, seja lá quem fosse, passaria por ela e pronto. Pelo canto do olho via que o vulto se aproximava cada vez mais. Quase entrou em desespero quando viu que ele vinha direto de encontro à ela.

_ Bom dia!

Mariana tremeu ao reconhecer aquela voz, era Fernando. Estava de shorts e camiseta e tinha os pés descalços, usava óculos escuros e Mariana não pôde ver seus olhos.

_ Bom dia! _ Respondeu um tanto nervosa _ Aliás, lindo dia não?

_ Excelente dia. Disse um tanto seco.

Isso fez com que pensasse que tivera sido um tanto esfuziante demais no cumprimento.

_ Sim excelente _ Respondeu no mesmo tom e começou a caminhar _ Até logo. _ Sentiu-se desconfortável de repente.

_ Aonde vai com tanta pressa?

_ Só estou caminhando um pouco _ decidira encurtar o papo.

_ Posso acompanhá-la? _ O pedido surpreendeu-a, pensou que quisesse ficar sozinho e se chateara ao encontrá-la.

_ Fique à vontade.

_ Sempre venho caminhar pela manhã, o silêncio me agrada, está gostando daqui?

_ Sim. Quanto mais conheço, mais gosto. Esse é o meu primeiro passeio pela praia.

_ Vou levá-la a um lugar que pouca gente conhece, quer vir?

Ficou indecisa, afinal não conhecia aquele homem, mas, não resistiu ao convite.

_ Vamos. _ Disse a ele.

Caminharam por mais meia hora, mariana não imaginava que houvesse tanta coisa bonita escondida ali. Do lugar que se encontraram não dava para ver o local onde estavam agora. Ficava localizado numa gruta por onde desciam e chegavam a uma outra praia totalmente deserta com uma vista deslumbrante. Mariana ficou extasiada com aquela paisagem. Caminharam mais um pouco e então se viu diante de uma choupana construída sobre uma enorme pedra com uma varanda caindo sobre o mar; deram à volta e entraram. Era toda rústica, os móveis foram feitos de toras de madeira, da mesa à enorme cama existente ali. Da varanda podia-se avistar o mar a quilômetros de distância. Era um lugar fantástico.

Conversaram um pouco sobre amenidades até que Mariana se deu conta da hora.

_ Meu Deus! Precisamos voltar, as crianças vão ficar preocupadas comigo.

_ Vamos então.

Foram conversando, a essa altura ele já parecia mais relaxado e sorria.

A manhã fora maravilhosa, há muito não se sentia tão bem ao lado de um homem quanto nas últimas horas, depois de passada a primeira impressão do momento. Foi correndo para casa e encontrou os filhos saindo para praia.

_ Vamos dar um mergulho e já voltamos!

_ Não demorem, logo o almoço estará pronto. _ Dizendo isso foi para cozinha sorrindo sem saber bem por quê.