A flor de Rute

Rute não cabia em si de contentamento por ter ganhado da mãe um belo vaso, com sinais de uma flor que ainda iria nascer.

Interessante como uma menina de treze anos, no auge da adolescência, demonstrasse absoluto interesse por um vaso com planta. É que Rute, desde criança, teve profundo gosto por tudo quanto é tipo de flores, desde as mais sofisticadas até as mais simples, para ela todas eram iguais, não tinha melhor nem pior, não tinha mais bonita nem mais feia, não tinha mais cheirosa nem menos cheirosa. E assim foi crescendo, nutrindo esse especial amor pela natureza.

Rute recebeu o vaso da mãe, pôs num lugarzinho aconchegante e olhava-o a todo minuto, como se fosse um recém nascido que necessita de todo cuidado nos primeiros dias de vida. Ela regava, adubava e a plantinha crescia viçosa, garbosa e orgulhosa e enchia os olhos da menina de alegria.

Com o passar do tempo, Rute teve que mudar a planta para um vaso maior, tendo em vista que o atual estava muito pequeno para suportar a sua raiz. Era só alegria naquela casa e a jovem se orgulhava em poder ser a responsável pelo crescimento sadio da plantinha.

Porém, sem que Rute percebesse, as ervas daninhas começaram a se apossar da raiz, desnutrindo assim a sua viçosa pérola. A jovem começou a perceber o estado crítico das folhas e dos galhos e achava que algo estava errado, por mais que tentasse não conseguia fazê-la voltar ao normal. Remédios, cuidados não foram suficientes para ressuscitá-la; as folhas murcharam, os galhos enfraqueceram, as flores perderam a vida.

Pobre Rute, sentia-se impotente diante de tal situação. Ela um ser humano forte, vivaz não foi capaz de combater pequenos seres destruidores, agiram na surdina e levaram o que a adolescente tinha de mais belo.

Parece estranho, tantas plantas por aí, como a moça podia ficar inconsolável por ter perdido mais uma entre várias que ela possuía em seu espaçoso quintal?

Bem, aquela não era apenas mais uma entre tantas plantas, aquela ocupava o seu lugar, como as outras também, porém ela era única, foi um novo ser que entrou naquela casa e que necessitava de cuidados essenciais para o seu desenvolvimento pleno.

E tomando como exemplo a história de Rute, quero fazer um paralelo com a AMIZADE.

Cada amigo que conquistamos não é apenas "mais um", ele tem um lugar especial na nossa vida, ele é único e insubstituível. Ninguém, por mais que queira, ocupará seu lugar. Entretanto, o cuidado, o zelo é imprescindível para que ela cresça em perfeita harmonia. Claro tem os dias nublados por que passamos, tem as ervas daninhas que tentam se apossar, mas se formos fortes o suficiente e combatermos o mal pela raiz, com certeza nossa planta chamada AMIZADE renderá os mais belos frutos.

Portanto, viva, desfrute das amizades que conquistou, elas são indispensáveis no jardim da existência.

Elian Bantim
Enviado por Elian Bantim em 21/10/2008
Reeditado em 01/04/2013
Código do texto: T1239908
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