HILÁRIO.

Hilário encontrava-se metido consigo mesmo, ora retrocedia o pensamento ora estacionava-o no justo ponto de seus questionamentos, ajustando a estes as respostas convenientes aos seus julgamentos.

Assim ensimesmado nem se deu conta que os dias de sua juventude passaram, não obstante, o comportamento pueril, ele, o conservava.

Embora, um espírito jovem não signifique necessariamente procedimentos infantis, Hilário, em seu afã cria-se realmente moço, entretanto se esquecera de atualizar-se como convinha.

Perdera da memória suas negligencias, suas atitudes desonrosas e transgressoras. Cobrava sem nunca haver creditado ou emprestado. Avesso aos valores, pobre era em princípios morais o mísero Hilário.

Porém, o ciclo vital dos seres vivos tem originalmente princípio, meio e fim.

E eis que chegará a hora em que o ajustamento renderá, ainda que pelo cansaço, a imaturidade, indeclinavelmente!

Contudo, notório é que o progresso não dar saltos. E ao cristalizarem-se no absurdo do egoísmo os Homens tornam-se Hilários. Sem compartir, assumem-se como heróis, e se solo é a carreira, supostamente, protagonizam os próprios danos, vitimando a si mesmos, tornando-se estanques.

Em sua contumácia o homem, hilário, recusava-se ao tribunal da própria consciência. Dizendo a si mesmo como vítima.

Justiça se faça!

Hilário em realidade fora grande vítima – Presa fácil da própria vaidade, predadora voraz no cenário em que atua.

E num trágico ato de dasvario, nada mais ver a não ser o amor exclusivo de sua pessoa e seus interesses - Suicidando-se, deixa sua história excêntrica, cheia de lacunas.

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 05/01/2009
Reeditado em 07/01/2009
Código do texto: T1369182
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