Um pro outro...

Era Reveillon, os fogos estouravam no céu, que estava lindo, estrelado. Ana chegou a conclusão que não ficaria sozinha naquela noite, que entraria o ano diferente. Estava cansada de sofrer por um amor não correspondido, por alguém que a fizera sofrer por tanto tempo. Claudio veio ao seu encontro para desejar-lhe um feliz ano novo, se abraçaram e ela então não pensou duas vezes: roubou-lhe um beijo... demorado... gostoso... suas pernas enfraqueçeram...

Ele sorriu, não entendeu nada do que estava acontecendo. Ela sentia na pele o resultado do ato impensado, seus lábios pegavam fogo! Que beijo era aquele!?!?! era uma mistura de incendio com terremoto num simples beijo. Tudo aconteceu tão inesperado... Depois disso se despediram, ele precisava encontrar com alguem. Sentiu uma pontinha de ciúmes, mas não tinham nada, nenhum compromisso, era só uma noite, um beijo...

Dias depois ela estava curtindo suas férias tão sonhada, numa praia linda no Rio. Aproveitava para descansar, observar a natureza, olhar o mar. Ouviu ao longe o barulho da moto, seu coração acelerou junto com o motor, e lá estava ele. Estaria tendo uma visão? Claudio veio em sua direção, pegou-lhe pela mão, levou-a em sua moto para uma volta por grumari.

O vento em seu rosto, a marisia, o sol ao entardecer, estava tudo certinho, como se fosse um sonho, a diferença é que era real. Pararam em uma trilha e o que se seguiu depois foram beijos, amassos, abraços... Que sensação era aquela? nunca havia sentido isso por ninguém...

Parecia que foram feitos um pro outro...

Os anos passaram, e as brigas corroeram aquela cena, aquele quadro, mas a lembrança ficou eterna na mente, no coração. Ana ainda é capaz de fechar os olhos e sentir a presença de Claudio, de sentir seu perfume preferido ao vento, de ouvir suas promessas ao ouvido, eles queriam ser felizes para sempre, viveram intensamente cada segundo juntos, juraram amor eterno...

A distancia e o tempo os separou. Desse amor tão grande, tão lindo, tão arrebatador, só restou a certeza de que foram feitos um pro outro sim, na imensidão do pensamento, nas marcas deixadas no corpo, nos olhos,no coração, na lembrança, e numa historia a ser eternizada nas linhas de um poema...

Andréa Lauterjung
Enviado por Andréa Lauterjung em 11/07/2006
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