Ordens superiores

Meu nome é Júlio. Sou o comandante da aeronáutica do meu país. Trabalho desde que comecei a trabalhar, mas isso não importa estou aqui para contar um caso inoportuno que um dia aconteceu.

Eu lembro muito bem. Era 08 de março do ano de 87. Eu era só um tenente e andava pelo hangar despreocupadamente quando vi meus homens correndo e subindo em seus jatos de ataque. Não entendi, o alarme não havia tocado. Corri a sala de operações, o comandante estava lá, perguntei:

-O que esta acontecendo aqui comandante???

Ele me olhou com cara de mal e falou:

-Ataque a um posto avançado inimigo.

-Onde? Perguntei espantado.

Quando ele me falou as coordenadas senti meu corpo gelar. Aquelas coordenadas era de um aliado meu, falei ao comandante:

-Comandante esse é o território aliado nosso!

Ele me olhou friamente e respondeu:

-Esse é território aliado seu, tenente.

Com corpo gelado falei:

-Por meu aliado comandante o líder desse território fala comigo pelo correio, o governo e a própria aeronáutica sabem dessa relação...

O comandante chegou perto de mim com um olhar raivoso e disse:

-Descobrimos que o seu aliado esta enviando armas para o nosso inimigo junto com as cartas, o carro vem em direção a fronteira só que no meio do caminho o carro que vem entregar as cartas pára e dá as armas para o inimigo!

Não pude acreditar. Meu amigo não faria isso sabendo que a aeronáutica poderia destruir a base dele. Relutei ao comandante:

-Mas senhor dever haver algum engano...

O comandante com os olhos raivosos fechou lentamente a mão que consegui ouvir seus dedos estalando enquanto a mão fechava, esperei o soco quando a mão dele foi pra trás o navegador disse:

-Jatos entrando em zona de alvo...

O comandante logo se virou e ficou olhando a tela que mostrava onde estavam os jatos, de repente vem ao radio:

-Base responda!

O navegador respondeu e o jato disse:

-Estamos sendo atacados!!! Qual procedimen...

Um outro navegador gritou:

-Um jato caiu!

O navegador então deu a ordem de ataque, mas, quando ele falou “ataque” os jatos desapareceram no mesmo instante.

O navegador disse que todos os jatos caíram antes de chegar ao alvo.

O comandante me olhou e disse:

-Tenente pegue o seu jato va lá e acabe com ele!!!

Corri ao meu jato sem entender por que ele fez aquilo, um correio me para no meio do caminho e me dá uma carta escrito “urgente”, abro e leio:

"Meu amigo Júlio, aqui é o Clark, seu amigo do outro lado da fronteira, fica sabendo que um inimigo meu está usando meus carros para vender armamentos para seu inimigo, estou te avisando que eles montaram um posto perto do meu, então cuidado para seus aviões não toparem com eles, até meu amigo."

Corri até a sala de operações e mostrei a carta para o comandante ele me olhou e falou:

É um truque!

-Ele é meu amigo e eu confio nele!

O comandante me olhou e disse:

-Isso é uma ordem superior, vamos lá acabar com o nosso problema, tenente.

Respondi no mesmo instante:

-Não comandante, EU vou lá acabar com o SEU problema.

Subi no meu jato. Enquanto voava senti calafrios na espinha. Quando cheguei perto da base aliada meu radio tocou dizendo:

-Aqui é a base 23.567 quem é você?

Peguei o radio e respondi:

-Aqui é o jato 24.678 de aeronáutica estou em ordem de ataque.

A base me respondeu:

-Jato 24.678 volte nós estamos preparados para o ataque!

Respondi:

-Base 23.567 aqui é o tenente da aeronáutica eu tenho ordens de atacar e vou atacar!

Uma voz veio ao rádio:

-Júlio aqui é o Clark por que está vindo me atacar?

Respondo:

-Ordens superiores meu amigo!

Sinto uma lágrima rolar no rosto.

Falo ao rádio para minha base:

-Jato 24.678 em posição esperando aprovação...

Nem meio segundo se passou e tinha aprovação bombardeei aquela base sozinho, esperava mais baterias anti-arearias do que aquilo. Para um piloto esperiente, foi como tirar doce de criança. Voltei a base. Via todos da base a me aplaudir por ter conseguido sozinho o que 12 jatos nao conseguiram juntos, mais nada valia a pena, por que naquele dia tinha perdido um amigo. Vi naquele momento que não deveria ter seguido aquela ordem.

Moral da historia: “A nossa vida tem sempre alguém que nos dar ordem. Só temos que decidir se iremos cumprir ou não. Pois cumprindo podemos nos dar bem, mas sempre nos lembraremos do que foi perdido ao cumprir.

Macrios
Enviado por Macrios em 05/09/2006
Reeditado em 11/08/2009
Código do texto: T233383
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