A luz do Poste II

11:07

Ellys é arrastada para fora de casa, jogada no carro e levada.

Jurava estar dançando, não conseguia parar de chorar e sentia uma dor imensa no peito e nas mãos algemadas.

Ellys começava a se assustar.

10:32

A campainha começou a tocar.

Ellys dormia, chegou a ouvir o som da campainha ao fundo mas se negou a abrir os olhos, o peso da dor de cabeça era maior e a fazia querer permanecer imóvel.

Seus pés estavam quase que dormentes e as mãos estavam jogadas coladas com o tronco, a boca semi aberta a fazia gemer um pouco com seu mundo girando.

10:27

Alguém batia na porta. As batidas eram fortes e uma voz grave dizia ser da Policia.

Aquele som forte ecoou pela sala de onde ninguém viria atender, era um som que atravessava paredes e poderia acordar alguém, mas não acordaria alguém que acabara de pegar no sono e estava cansada como se não dormisse há meses.

10:13

O telefone tocou duas vezes. Na terceira vez houve a desistência.

Ellys até ouviu, mas como não tocou mais, preferiu ficar onde estava.

08:04

Ellys estava no banheiro do quarto fechado, se sentia enjoada e trêmula, não conseguia ficar em pé, se arrastou até a cama e dormiu.

07:34

Ouviu um suspiro e um arrepio e isso fez com que se levantasse, deslizasse o corpo pelo tapete até chegar no banheiro e ali ficasse deitada esperando aquela sensação passar.

06:57

Acabara de fechar os olhos.

05:24

Ellys entrou em casa, resolver não acender nenhuma luz, estava com os olhos semi abertos, sentia-se embriagada dos pés a cabeça. Tirou as sandálias com dificuldade e cambaleou até o quarto.

05:09

Ao abrir os olhos, percebeu-se jogada na frente de uma boate.

Viu-se com as roupas rasgadas e totalmente suja, mas aquela dor na cabeça não a deixava se preocupar com o que havia acontecido consigo. Queria ir para casa.

04:13

A música era alta. A adrenalina, o suor, o calor descendo pelo corpo e fazendo aquela riqueza de sensações tomá-la. Era viajar e se soltar. Ela dançava e parecia que dançaria o resto de sua vida. Não queria jamais ver aquilo acabar.

03:41

Ninguém bateu na porta, ninguém quis saber se poderia entrar, simplesmente entraram e jogaram tudo pelos ares.

- Onde está o dinheiro?

- Acalme-se! Que dinheiro?

- Onde está o dinheiro Porra! Eu não quero saber de me acalmar... você não vai falar? Não vai mesmo falar?

- Espera!

E não havia espera.

O chão se tornou um lindo mar vermelho-sangue, que descia do quarto de casal molhando parte do corredor.

03:23

- Qual é o seu nome?

- Ellys...

- Lindo nome... Ellys.

- E o seu?

- Você não precisa saber meu nome, querida...

02:07

Ela chegava em uma rua pouco iluminada, de carona com amigos da amiga.

- A balada é aqui!

- Aqui? Que lugar escuro!

- Mas é bacana, você vai gostar, é bem íntimo.

01:28

- Ellys, já cansamos de jogar, vamos dar uma volta?

- Pra onde? Nem avisei meus pais.

- É coisa rápida. Só dançar um pouco. Vamos?

- Ok. Mas não posso demorar, ta bom?

01:03

As amigas jogavam jogos de tabuleiro na casa de Sandra, riam e se divertiam, enquanto Flávia estava no celular conversando com um amigo.

12:51

O celular de Flávia tocou e ela largou o jogo. As meninas não gostaram mas permaneceram jogando, enquanto Ellys jogava os dados as outras observavam Flávia conversar.

12:24

- Ellys! Ellys!! É sua vez! - Sandra chamava Ellys enquanto ela estava distraída olhando para o lado de fora, na rua.

- Oi, desculpa - Ellys riu.

- Tava viajando um pouquinho? - Perguntou Sandra.

- Ah, não, haha. É que aquela luz lá fora ta piscando muito, ta me incomodando...

12:12

Misto de sensação e arrepio.

O que era? Ninguém sabe.

12:00

Aquele poste. Aquela luz.

Voltou a piscar.