História de um qualquer (Pt. II)

Aí se passaram dias, semanas, meses e ano. Quando que um dia Joaquim tem conhecimento de que sua mulher está grávida. O mesmo ficou numa felicidade difícil de explicar, o seu sorriso estava estampado exageradamente toda vez que via sua mulher, e a mesma respondia como outro sorriso e pequenos comentários de sua gravidez. Aí vieram todos aqueles desejos que toda grávida tem, mas estes desejos eram estranhos, às vezes Darlinda Silvana tinha vontade de comer madeira por conta do cheiro de um móvel novo que eles tinham acabado de comprar, outras vezes tinha uma insônia e no meio da noite ela acordava seu marido dizendo que estava com uma vontade louca de comer chocolate com carne, tudo quente. Joaquim sempre falava com uma voz lerda, domada pelo sono:

-Fecha os olhos, tenta pensar em outra coisa e num instante você dorme que nem percebe.

Mas um homem nunca engravidou para saber como é o desejo de uma grávida, e isto nunca convencia Darlinda e seu desejo que lhe alimentava cada vez mais, o que fazia com que ela soltasse baixamente algo tipo “como se fosse fácil assim”, então a própria se levantava da cama e se direcionava a cozinha para fazer seu prato. Nisso, Joaquim como um futuro pai sem experiência e por isso tinha uma enorme preocupação desnecessária, falava: “Não! É melhor você ficar aqui na cama descansando, pode deixar que eu levanto e preparo teu prato!”. E ia ele como um zumbi tropeçando na própria sombra e se agarrando nas paredes para não cair e dormir ali mesmo onde caiu.

Darlinda também tinha exagerados ataques de enjôos, vomitava muitas vezes por dia, o que era uma coisa que esta não gostava muito de fazer e isso lhe deixava extremamente irritada, pois tinha que correr para o vaso sanitário toda vez que sentia vontade de vomitar.

Como sempre os dias foram se passando e barriga de Darlinda aumentando, dando espaço ao ser que ali estava se formando. Ela já estava com aquela barriga bonita e brilhante, e já sentia as pancadas na mesma. Ah! Já ia me esquecendo de dizer que este ser seria um menino a mais no mundo.

As pancadas não eram normais, eram verdadeiros golpes de karatê que causava um grande incomodo a Darlinda que às vezes se contorcia de dor dos golpes “violentos” de seu filho lá dentro, que parecia que queria nascer como um pássaro quando nasce: dando fortes bicadas na casca do ovo para este quebrar e o pássaro sair e ver a vida! Não sabia o seu filho que ele era mamífero.

Continua....

Calor do cão
Enviado por Calor do cão em 21/06/2005
Reeditado em 21/06/2005
Código do texto: T26423