SUNEV: Refúgio do amor em terras distantes

Uma província distinta, onde o horizonte era o prelúdio dos elos que lá se estabeleciam; o sol aquecia, não só os corpos, mas os corações; não havia apenas breves comprimentos entre amigos, e sim abraços calorosos presenciados constantemente nas ruas.

Os habitantes baseavam o convívio em grandes doses de amor e os romances eram ainda mais intensos e profundos; os casamentos – laços eternos, pois os casais de conheciam e se completavam, unindo-se pelo matrimônio e separando-se somente em face da morte.

As lamentações da despedida do ente querido eram formadas por lágrimas conjuntas, que acabavam por consolar a dura perda, permaneciam as lembranças, sendo que a tristeza desfalecia juntamente com a solidão, pois o amor fraterno logo preenchia a lacuna deixada pela pessoa amada.

Uma simples discussão era algo raro, embora acontecesse, logo o acordo era estabelecido e por fim os discordantes estavam a trocar ternos sorrisos e rir-se por reconhecerem que discórdias não passam de tremendas tolices.

O único medo que perturbava-os era uma certa insegurança quanto ao amanhã da província, medo de que a frieza que se espalhava pelos arredores os contaminasse modificando a realidade harmônica que ali prevalecia.

Os alicerces em que a cidade estava fundamentada eram fortes e sólidos, baseavam-se principalmente no amor. Lá era o refúgio para poetas, artistas, músicos, filósofos e para todos aqueles que buscavam encontrar tudo que se extinguira, quase que por completo, nos demais lugares do planeta.

Sunev era esta província, nome que transmitia suavidade, trazendo alívio para a alma, recanto para todos os seres viventes que ali encontravam vida plena. O segredo deste oásis no deserto, coberto de cactos espinhosos, que é o nosso mundo, eram as águas do amor que sempre por ali passavam, jorrando da fonte dos corações e distribuídas em gestos de afeto, olhares carinhosos e sorrisos acalentadores. Tais águas não permitiam que os bons sentimentos secassem e murchassem pela causticante chama do ódio.

Certo dia, corações e mentes invejosas tentaram destruir a província do amor e da beleza. Acontece, que os moradores de Sunev eram pacíficos, mas não apáticos, os seus cidadãos tinham almas robustas que lutavam contra toda a assimetria do mundo. A comunidade se reuniu e suas vozes, súplicas e exemplos se expandiram para os arredores e o alarido de que a província seria aniquilada foi revertido em influência para os demais, produzindo uma revolução no quadro pandemônico que se estabelecia em todas as regiões restantes.

Sunev passou a ser a sede de uma importante organização e gradativamente foi se tornando a capital da igualdade e plenitude da vida, graças a união não discriminatória de seus habitantes, mostrando que o amor é mais forte e constitui a beleza que o universo precisa para que o seu espelho reflita uma cândida luz que resplandeça e vivifique o espírito de cada indivíduo que o compõe.

Brenda Marques Pena
Enviado por Brenda Marques Pena em 21/06/2005
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