nenhum

Há muito não vinha nesse bar escroto. Chineses fazem piada e te xingam e você não pode fazer nada, afinal a única coisa fácil de ser entendida é “pitchou”. O senhor de barba branca, consciente de sua ignorância alfabética: - Nunca consegui ler essas coisas, e aprendi as palavras nas revistinhas do Pato Donald; conheço também os números. Eu estava lendo Rubem Fonseca, e que merda! A inveja é uma merda! Tivesse eu um pouco do seu talento e cultura... Não passo de mais um fã. Mas o senhor de barba branca com o bigode amarelado pelo tabaco me disse que escrever é como andar, basta começar. Assim, começo de novo, e sem personagens, sem fábulas, tropicando entre vírgulas mal colocadas e frases mal iniciadas... Escrevo.

Nem penso mais na porra dos meus poemas que tem quase uma década e continuam lá, dentro da gaveta, sem incomodar ninguém; incomodam a mim apenas por existirem.

Tritus mutuus genitalium appositorium. Como eu gostaria que além de putinha você também gostasse de mulheres... Só para aumentar a concorrência e o ciúme insano. Por enquanto tentarei te esquecer...Que grande ladainha! Só não vou te dar valor e ainda espero receber o troco da conta pendurada.

Faz muito calor! Eu só quero te esquecer... Quero assistir Vale a pena ver de novo sem ter peso na consciência, usar reticências até elas significarem mais do que qualquer palavra; quero fugir da influência, destruir o que já era, tentar te esquecer de novo e beber mais um pouco.

Sempre achei que escrever seria minha salvação, mas parece ser uma verdadeira danação, um mal estar eterno. Não me aguento, e ficarei mais ainda comigo mesmo, puta que pariu! Jogo o milho no canto, ajoelho e rezo... Cheio de desvalidos à minha volta, escreverei como falo e brocharei como falo... Inquirirei como fogo, lembrarei como esqueço e dormirei sozinho mais uma noite. Gostaria de não mais fazer parte do jogo, então jogo tudo no vazio e continuo perdendo tempo.

wmw
Enviado por wmw em 24/06/2005
Código do texto: T27215