BATENDO A POEIRA.

Mais um ladrido a juntar-se a tantos outros ecoantes.

Porém, em minutos o latido fez-se diferente reconhecendo a familiaridade de quem acaba de chegar.

O olhar humano reconhecido, meigo e terno afagou o coração canino, enquanto a troca de ternura processada entre aquelas criaturas tão distintas e tão familiares satisfezia ao ambiente batendo a poeira dos dias de ausência.

Nino que tudo observava pousado na soleira ronronou, chamado à atenção para si, sorrateiro sai indo ao encontro, e de modo acariciante enrosca-se, repetidas vezes, sobre aqueles pés como se os anos de separação não houvessem ocorrido.

Uma voz faz-se presente e o silêncio magistral interrompeu-se.

Repentino todo o encanto pareceu quebrar-se, o felino se eriça, enquanto o cão se afasta receoso...

Você?

Por favor, não responda... Ai, que saudade...

Não te imaginas o quanto!

Mais um dia amanhece, e, outras noites chegam..., favorecendo possibilidades que se confundem com o impossível, contudo, o canteiro se debulha em flores, entre as rosas Nino e Bob na constante disputa de atenção, como antes, em um tempo onde tudo parece sonho, e só a saudade insiste em ser real!

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 11/07/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T3088206
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