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          Se houvesse alguma palha

                
Chorava Juanito pedindo pouso e ela o enrustia entre frágeis galhos de seus braços, sob  o manto e a ramada do panejamento de  seus cabelos desgrenhados que se faziam ninho.
Mas havia frestas por onde a lágrima da neblina passava. A cada badalada do relógio distante, mais congelavam as tintas da noite e o pequeno mais aconchegava-se naquele pouso frágil e imantado. Eram ambos ali...enquanto os passos iam e vinham agasalhados e a névoa diluía os olhares que de soslaio se desviavam daquela mancha escura no lusco- fusco sob a luz sonolenta, apenas passos, nenhum cachorro a revirar algum latão de lixo próximo. Quem ousaria chegar sob aquele breu de feno fustigado, hora maltratada, noite despousada para Juanito e ela...adormecidos um no colo do outro da escuridão, única sombra?... Ah se houvesse alguma palha, um coxo naquela escuridão faminta...
ninguém os via a não ser a luz do altar sempre acesa, entrelaçados jaziam na pedra aos olhares de pedra que só a pedra os via...