Perda Fatal

A gentileza de Armando obrigou-o a segurar com a mão a porta do elevador moderno, ainda ao lado de fora, pois uma jovem e duas senhoras entraram na portaria. Já havia dado a vez a uma outra mulher que aguardava dentro daquele “veículo”.

Moderno, mas desregulado, o elevador começou a fechar a porta e Armando segurou firme na tentativa do êxito da sua gentileza. Deixou a porta se fechar, as duas partes de aço encontraram-se com uma estrondosa batida, e assustado, olhou para sua mão íntegra.

As “colegas de viagem” viram seu esforço ir por água abaixo, e a jovem disse, com educação:

- Isso é um perigo !

- É verdade. Concordou Armando, e prosseguiu:

- Como é que eu poderia contar até dez, daqui em diante ?!

As três esboçaram um ligeiro sorriso.

- Mas tudo bem, poderia ter sido uma tragédia.

- ?

- Já pensou se eu perdesse o dedo mindinho ?

- ?

- Barbudinho, gordinho e sem dedo mindinho não conseguiria mais continuar vivendo !

Uma das senhoras não suportou e disparou a rir sem parar, enquanto as outras juntamente com o porteiro, tentaram segurar uma gargalhada.

- Eu conheço o senhor de algum lugar, mas não me lembro de onde. Disse a outra senhora sorrindo. E continuou:

- O senhor é sempre assim ?

De acordo com a já “estatística”, Armando respondeu:

- Sou, pois não posso mais chorar, senão desidrato, serei internado e precisarei tomar soro na veia. – Seria muito pior !

E o elevador abriu a porta novamente ...

Por Alexandre Boechat,

Alexandre Boechat
Enviado por Alexandre Boechat em 01/02/2007
Código do texto: T365730
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