“UM DIA DE DOMINGO”.
(Micro conto).

Na madrugada vazia, em que os pássaros dormem;
Que o céu permanece nublado sem estrelas, e a
Majestade lua não veio me visitar, não há estrelas;
Só um impertinente grilo escondido num caqueiro
Da varanda teima em me perturbar.
O relógio parece travado e as horas não passam, o
Tempo está abafado, a umidade do ar provoca-me
Irritação... Como eu queria que esta noite acabasse!
Que o novo dia amanhecesse! E o sol voltasse a
Brilhar, só assim eu sairia do meu enclausuramento,
E voltasse a alegria; parece que as horas se destravaram,
E de repente distante dali eu ouço um galo cantar, era
O sinal de que estava próximo o dia, mas ainda assim
Custou a clarear, consulto o relógio na parede e ele diz
Que já era dia, abro a janela e nada de sol.
Eu sozinho naquele apartamento que a mim parecia
Gigante, ligo o radio e visito algumas estações, olho
Para o televisor... Desisto e ligo o computador, visito
Algumas páginas na internet, depois coloco um CD.
Ponho o fone no ouvido e relaxo com algumas canções;
Olho pro relógio já são oito horas da manhã, desisto de
Tudo aquilo, coloco um shorts e vou pra praia correr.
E o sol não apareceu, dou um mergulho nas águas
Calmas e volto para o meu apartamento, tomo uma
Ducha, coloco uma roupa, tomo um cafezinho com
Leite pego o elevador; ao chegar na garagem pego o
Carro e vou sair por ai; aquela manhã típica de domingo
Onde não tem quase carros nas ruas, vou sem destino
Pelas ruas da cidade. Paro num semáforo, agora estou
Tranqüilo, olho para o meu lado direito e do outro
Carro alguém me olha, e um par de olhos lindos...
Daqueles que mesmo que passem cem anos, não
Esqueceremos jamais! Comunicamos-nos simplesmente
Com o olhar, eu sigo atrás dela, adiante ela para na
Frente de uma casa, e levado pelo impulso eu paro atrás
Do carro dela, desço do carro rápido ainda em tempo
De abrir a porta do carro dela, ela desce do seu carro e
Lança-me aquele olhar dominador; olhamos-nos por segundos,
Sem nada dizer, até que eu disse o meu nome estendendo a
Mão para ela, e reciprocamente ela apertando a minha mão me Diz o seu nome, eu a acompanho até a calçada, depois dou-lhe
Um cartão de visitas contendo o meu telefone, olhamos-nos
Mais uma vez, eu volto para o meu carro e sigo o meu caminho Agora para lugar nenhum, pois ali com ela eu deixava um
Pedaço de mim; eu deixava o meu coração.
Volto para casa, mesmo antes de abrir a porta eu ouço o telefone
Que toca insistentemente, eu corro e vou atender era ela.
Depois de uma conversa deliciosa marcamos um encontro para
Logo mais a noite, e desde então, somos um casal feliz.
=FIM=