Trajetória de uma vida (4ª parte)

Agora aquela jovem senhora, era uma mulher de mais ou menos 1.58m, era baixinha como dizem, bonita de cabelos bem pretos e olhos grandes. Sempre magrinha, mas de peso de acordo com sua altura e pernas também muito bonitas. Pra quem viveu durante sete anos sem andar era de causar admiração o fato de não carregar nenhuma sequela da sua infância sofrida.
Passando agora a residir no sitio a primeira providência que tomou foi conseguir escolas para aquela região escondida por entre matas e caatingas.
Participou de concursos estaduais e municipais e agora era a professora daquelas crianças.
Não sabemos como conseguia administrar tão bem a casa, escola e faculdade. Acordava religiosamente as 04h00min da manhã para enfrentar uma caminhada de quilômetros até a escola. Terminada as aulas enfrentava esta mesma caminhada pra voltar pra casa.
À tarde, o seu marido a levava até a cidade, onde um grupo de 30 mulheres se reuniam para viajar 180 quilômetros com destino a Faculdade.
Conseguia retornar pra casa quase sempre a 01h00min da manhã para reiniciar a sua rotina as 04h00min. Isto durante cinco anos. Quatro anos de graduação e um ano de pós-graduação.
Teve dois lindos filhos que hoje para seu orgulho maior estão na faculdade.
Hoje continua na sua rotina de sempre e diz que os quilômetros que anda até a escola são os elementos que lhe dá tanta saúde e disposição porque não sabe o que significa uma dor de cabeça ou uma gripe. Sempre disposta, alegre e confiante, tem sempre uma palavra amiga é aquela pessoa que podemos considerar de amiga para todas as horas.
A sua casa rodeada de arvores e plantas parece uma casinha de boneca. Retrata a confiança e o bem estar que traz dentro da alma. Não gosta de falar da sua infância triste e eu só tomei a liberdade de torna-la um conto porque pude acompanhar de perto a sua infância que mais parece um milagre. Nas minhas lembranças ficaram aquele anjinho inerte sobre uma cama, olhos que não fechavam mais e o milagre da vida que Deus escreve em linhas que não temos a capacidade de compreender.
Esta pequenina mulher foi a mulher mais batalhadora e equilibrada que já tive a oportunidade de conhecer. E muito me orgulho por ser a sua irmã.
Sim, esta pequena e grande mulher é minha irmã e continua serena e forte na batalha da vida!

Emedelu
Enviado por Emedelu em 29/06/2013
Código do texto: T4364293
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