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 Fotos: Alan Bean

 

 

Chovera muito naqueles últimos dias e Margarida ,como o céu, triste , cinza,também se sentia.

 

Cansava de dias assim e a melancolia lhe tomava conta.

 

Resolve então, colocar as botas de chuva, pega a estradinha de chão.  Aproveita uma trégua, onde agora, só finos chuviscos caíam.

 

Segue, sem rumo, pelo  caminho escorregadio.

 

Caminhava, andava, nada via. Ninguém por ali transitava.

Parecia estar sozinha.

 

Ao passar , via os portões das poucas casas do vilarejo, todos eles fechados,  casas, algumas com a fumaça indicando que o fogão à lenha  estava aceso e, na certa, poderia imaginar, à sua roda, roupas secando, das crianças da casa...

 

Olhava e seguia, precisava caminhar.

 

 Não podia mais se ver dentro de casa.

 

Seus pais eram idosos e tudo por lá estava triste, precisavam todos de um lindo  sol. E esse , teria que nascer dentro de cada um deles também, para que a casa tivesse outro astral.

 

Eles eram exigentes e ela, para lhes atender, dedicava seu dia e tempo só para eles.
 

Enquanto pensava nisso, seguia  pela estradinha...

 

De repente, vê flores surgindo, tímidas ainda. Uma aqui, outra acolá.

 

Mas mostrando que  primavera estava dando  seus primeiros sopros.

 

Sentiu uma alegria enorme ao ver  aquilo...

 

Passou a observá-las, procurando mais e mais.

 

E essa busca por flores e suas cores, lhe fez bem.

 

Olha o relógio e vê que havia passado bastante tempo ali caminhando e pensando.

 

Resolve voltar .

Traz nos olhos, o brilho da esperança que cada flor daquelas lhe passou.

 

Os dias haveriam de mudar e a situação por lá também!

 

Chegou  em casa revigorada.

 

 Nem sabia exato o motivo, mas ao certo era que tinha se dado de presente, um tempinho apenas para ela que, ainda que na chuva e barro, conseguiu se encontrar com a beleza das flores.

 

Agora o faria mais seguido.

 

Precisava disso até para estar bem e passar coisas boas aos que delas precisavam.

 

E sua decisão foi seguida...

 

Se o barro e o cinza existiam lá fora, ela nem queria saber. Pensava agora:
 

_Eu disso tudo? Foooooooooooooooora!!!

 

Dentro dela, havia recuperado as sementes de flores e cores  e muitas estavam em seu coração e vida a nascer...

Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 14/10/2013
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