O SOL NA BREVIDADE DE SAMUEL GUEDES

 






Samuel Guedes chegou numa espetaculosa e ensolarada manhã de novembro – num doce novembro, de favos animalescos e febris. O avião aterrissou no Aeroporto Santos Dumont, exatamente às 11h45min. Requintado, esbelto e formoso jovem, assemelha-se aos príncipes de historíolas e fábulas, com a mais sublime estirpe e vocabulários assonantes.

Nos olhos: trazia a esperança, nos braços: a avidez do doce acalanto. No coração: o lampejo do mais conspícuo amor.

Entre si... O corpo na plenitude do verão - escavava as salivas e suores dos horizontes, pelo âmago enxaguado.

No resumido espaço de tempo: a língua; a qual, sedenta de beijo. O sol, o Astro-rei que lubrifica roldanas e motores, agulhava-o a face.

Matizes do amor, o reflexo dos semblantes dos anjos exposto na sossegada aurora, a chama paisagística do breve cotidiano sequestravam as brumas dos seus poros.

Samuel chega a grande cidade e na bagagem traz todo seu conhecimento, a massa rubra, o sol esfomeado querendo decifrar o costurado cotidiano.

Tem um amor verdadeiro, o mesmo amor multi esperado dos amantes exatos. Está com o céu mimoseado – feliz, o alquímico sol dos Deuses. Mas o que é felicidade? – Diz o poeta: É água que lavra outono, uma moldura fecunda e eufônica. Para entendê-la, basta desvendar a porta sagrada e pelo seu rastro acústico, transpassar a sua mata selvagem.

Na realidade tudo em nossa vida é transitório – efêmero demais, a felicidade, a genealogia, o balé dos golfinhos, até mesmo o soar das trombetas dos Arcanjos. E o que será glorioso? – A alegoria da durabilidade em nossas vidas? - A auréola - vem em saber aproveitar o que está fixado em nossas paisagens luminosas, após isso, somente o Ser Supremo dirá tudo, tudo... principalmente os contornos longitudinais do ser humano, o arco e flecha que todo Eros precisa, somente a Deus está inserido tamanho poder.

Samuel viajou a Lisboa, Madrid, Paris e Itália. Até mais... lugares além dos seus abstraimentos. E tem o desejo, de não fraturar a sua pronúncia jamais, viverá tempos viáveis e todos os dias serão motivos florais de paisagens belas...






 
Edição de imagens:
Shirley Araújo


Texto:    O Sol na brevidade de Samuel Guedes


 
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 14/12/2013
Reeditado em 14/12/2013
Código do texto: T4611129
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